sexta-feira, 25 de dezembro de 2020

Reflexão da Noite de Natal

 REFLEXÃO DA NOITE DE NATAL 

🌲 

 Muito diferente, este Natal, de todos os dantes vividos. Sem reuniões, sem abraços, sem confraternizações. Distantes, uns dos outros, estamos unidos em pensamento, em orações, em vibrações. Cada qual com sua fé, cultivando a esperança de que possamos voltar a nos encontrar, a nos abraçarmos uns aos outros, comungando a vida novamente. Grata, pela sobrevivência, mas enlutada pelos que se perderam no caminho. Sei o quanto a morte é o destino da vida, mas não absorvo com naturalidade a morte por negligência, sem os ritos de despedida, cercada de agonias, dúvidas, medos... Não é natural desafiá-la, como vejo muitos fazendo, julgando-se imunes ao mal que nos rodeia a todos, indistintamente... Sei que ela virá um dia, naturalmente, não preciso ir ao seu encontro. Sejam prudentes! Cuidem-se para poder cuidar dos que lhes são caros. Neste Natal e Ano Novo, distanciamos corpos, para aproximar os corações. Afastar-se, neste momento, é a maior prova de amor que se pode dar a alguém. 

 Vanda Felix




domingo, 20 de dezembro de 2020

Privilégios da maturidade

Hoje revi velhos amigos,

Revivi antigas saudades.

Num misto de saudosismo e ansiedade,

Debrucei-me sobre meu passado 

E me vi, 'inda menina, 

A cometer graves loucuras. 

O tempo passou, 

 Me queimei em altas temperaturas,  

Mas ressurgi de cada cinza 

Pra retomar meu caminho, 

Reconquistar cada carinho 

Que já estava esmaecido. 

Voltei no tempo, 

De novo criança, 

 Refiz meus passos 

Com renovada esperança. 

 Ah, quão bela a vida pode ser, 

 Quando se vive bem cada fase! 

Sempre é tempo de renascer 

E reavivar velhas (e belas) 

Amizades. 

Seguimos, cada qual, seu caminho, 

Mas com o coração repleto de saudade. 

Hoje, distantes, 

Num isolamento profundo, 

Reatamos nossos laços 

E reafirmamos a esperança 

De reconstruir este mundo. 

É privilégio da maturidade 

 Ter a quem recordar  

E reviver novamente 

Emoções de outrora. 

Nosso momento é o antes, 

O depois e o agora! 

Vanda Felix






domingo, 13 de dezembro de 2020

Que diria? Quem diria!!!

 Que me diria 

A mim mesma, 

Antes de saber-me eu? 

Que conselhos me daria? 

Quais elogios me faria? 

Quem diria

Que um dia

Eu mesma afirmaria:

"Passado é passado, 

É tempo ido, que não volta, 

Que, hoje, me seja aprendizado, 

Não motivo de revolta"... 

Gosto de reavivar 

Lembranças boas, 

Sinto-me a vivê-las, 

Novamente, 

 Mas, não posso apegar-me a elas, 

Pois, minha vida é o presente. 

Que diria-me, 

 A mim mesma, 

Antes de saber-me quem sou, 

Se sou consequência do que fui, 

Somatória de tudo 

Que a mim se agregou? 

Talvez, não me dissesse nada, 

Para não estragar a surpresa, 

Talvez, me aconselhasse, 

 Para evitar desilusões... 

Mas, oh! São exatamente 

 Essas tais 

Que me constroem 

E dão o benefício da mudança. 

 Por conta delas 

Amadureço, 

 Mas, sem deixar de ser criança, 

 Pois posso voltar no tempo 

E refletir sobre possíveis mudanças. 

 Se quero parar no tempo, 

Ou seguir o caminho da esperança 

 De que, apesar do passado 

Imutável, 

Com tropeços e decepções 

Há, também, boas lembranças 

 E o presente é o que sou hoje, 

E, se houver futuro, 

Mesmo que não haja, 

A vida não recua, 

A vida sempre avança.

Vanda Felix






domingo, 6 de dezembro de 2020

Foste

 Uma pose para a eternidade, 

Memória gravada num "click"... 

Num tempo que já se foi, 

Num espaço que já não é, 

O que fica é a saudade... 

Uma imagem, 

Um sorriso, 

Um vento ocasional 

A desalinhar os cabelos. 

Foi-se o dia, 

Foi-se a hora, 

Foste tu, 

Também embora, 

Para não mais, 

Para nunca mais. 

O corpo frio jaz 

Numa cova funda 

No fundo de um campo 

Que não o teu, 

Numa seara, que não a tua... 

Mas o espírito vive, 

Sobrevive na memória 

 De quem nunca te esqueceu. 

Foste embora sem aviso, 

Sem adeus, 

Sem até logo. 

Foste... 

Chegara tua hora, 

Sem apelos, 

Sem súplicas, 

Num último e sereno suspiro, 

Num rompante, 

Num delírio. 

 Foste, 

Mas ainda estás 

Nos amores dantes vividos, 

Nas estradas percorridas, 

Nos encontros e despedidas. 

Entre teus entes queridos.

Estás entre amigos,

Entre afetos, 

Tens um legado infinito.

Vanda Felix




A todos aqueles, que, por razões diversas, adversas às nossas vontades e nossos controles, nos deixaram em 2020.


sábado, 21 de novembro de 2020

Inércia

 Corpo inerte 

Mente acelerada... 

Tudo me passa pela cabeça, 

 Mas meu corpo não responde, 

Não aceita. 

Sou pura letargia 

Ao longo deste dia, 

Que teima em me prender. 

O mundo gira, 

O tempo voa 

E eu não me movo. 

Estou sem forças, 

Sem resistência. 

Lânguida, 

 Cansada, 

Sem ânimo para o novo. 

Sem disposição para nada.

Não é preguiça, 

 Não é embrólio. 

 Sinto-me esgotada, 

 Desamparada, 

Tomada por forças negativas 

Que me atraem para baixo 

Que não me deixam prosseguir, 

Progredir, 

Seguir com meus passos 

Para adiante, 

Para bem distante 

 Deste leito-prisão, 

Que me limita 

E aprisiona. 

Corpo inerte, 

Mente acelerada. 

Mente aprisionada 

A este corpo que não reage... 

Planos de fuga, 

Que não se efetivam. 

Correntes invisíveis 

 Que garantem o cárcere 

 Da mente agitada 

Ao corpo inerte.

Vanda Felix





quinta-feira, 5 de novembro de 2020

Pãoesia

 Peguei Pedro pelo pé. 

Pedi um pedaço de pão 

 Produzido em sua padaria. 

Pedro, padeiro português 

 É também poeta. 

Pediu- me paciência 

 Pois o pão passou do ponto. 

Pedro produz pães perfeitos. 

E poesias com palavras peculiares

Que adoçam o paladar. 

Pedro, sempre polido, 

Passeia pela praça 

 Compondo poemas 

Que apelam por paz, 

Protegem petizes 

 E projetam planos, 

Em nada patéticos, 

 Além dos perfeitos pães 

 Que alimentam prazeres, 

Recheados de pura poesia, 

Pois são pães poéticos. 

Preenchem o espírito 

 E alimentam o corpo. 

 Peguei Pedro pelo pé, 

 Mas queria roubar-lhe o coração, 

Pois perto da praça, 

 Por onde passa 

Compondo poemas, 

Perdi-me em seus versos 

Que se tornaram prisão 

E, em troca do pão, 

 Sendo baguete ou filão, 

 A única paga 

Que posso ofertar 

É a minha paixão...

Vanda Felix




quarta-feira, 28 de outubro de 2020

Entre sonhos e devaneios

 Sonhos

 São sonhos...

 Não se veem na obrigação 

 De serem lógicos, 

 Nem coerentes. 

Então, sigo essa corrente 

 De atropelos 

 E desejos. 

Entre sonhos e devaneios

Estravazo meus anseios 

Na inconstância dos momentos. 

 Deixo os sonhos me guiarem 

Na floresta dos enganos. 

Sou mutante, 

Sou cigano, 

Sou pássaro livre no ar,

 Sou um peixe desse oceano 

De pensamentos errantes, 

Que se afoga em seus próprios medos 

 Mas ressurge, renascido, 

Ave Fênix encantada, 

Que encanta 

 E não desiste. 

Quebra a cara, 

Volta atrás 

 E tudo pode, 

Pois é livre...

Se quiser, toco as estrelas,

Na Lua,

Faço morada.

Sou amante,

Sou amada,

Sou alguém 

Que sonha e vive,

Meu limite

É o além...

Vanda Felix








quarta-feira, 21 de outubro de 2020

Caminho


O caminho
por que caminho
não é só de pedras,
não é só de espinhos...
Ao lado da estrada,
em que sigo sozinha,
há uma relva macia
onde descanso 
(corpo e cabeça).
No meio da trilha
passa um riacho:
em suas águas me perco,
em suas águas me acho)...
Atalhos,
desvios,
barrancos,
barreiras.
O caminho é tortuoso,
mas sigo certeira.
Sei que não há retorno.
A cada passo, avanço.
Não recuo,
mas tropeço.
Caio,
levanto,
ergo a cabeça.
Trato as feridas
e sigo adiante
nessa estrada incerta,
cheia de curvas e retas,
a qual chamamos de VIDA.
Vanda Felix

sexta-feira, 16 de outubro de 2020

Sem máscaras

 Registro meus sentimentos

em breves e seletas palavras

para que o mundo inteiro

me leia a alma

e decodifique meus pensamentos.


Escrevo a mão,

em letra bastão

(em tortas linhas

meu traço torto), 

também em braile.


Traduzo em libras,

equalizo no som dos golfinhos

e no canto das baleias jubarte.


Faço da minha vida minha arte.

Esboço cada traço,

rabisco letra a letra,

corrijo todo deslize,

apago os muitos enganos

com a borracha do Tempo...


Enfim, finalizo...

Talvez, me falte juízo

mas não me falta vontade

de viver a minha vida

com toda intensidade

e que ela seja de verdade...


Eu, sem véus, maquiagem nem máscaras,

mostrando o coração e a face,

desnudando a alma

com paz,

calma

e serenidade

manifestas no sorriso

que trago estampado na cara.

Vanda Felix





terça-feira, 13 de outubro de 2020

Quem o sabe?

 Meu esforço

é por SER melhor,

ESTAR melhor a cada dia.

(Para mim mesma

e para quem me é caro)

Costumo errar,

às vezes...

Mas teimo,

insisto,

não desisto.

Faço, de novo,

invento,

experimento.

Me atiro às ondas,

atiro-me ao vento,

com os pés na terra

e os olhos no firmamento.

Meu temor em falhar é imenso,

mas não maior 

que meu desejo de acertar.

Amo a quem é de amor,

cuido a quem é de cuidados,

protejo quem em mim busca abrigo,

dou meu jeito de superar

as dificuldades 

e deficiências. 

Venço medos, 

domo fraquezas, 

supero ranços.

Eis minha luta diária!

Faço-me forte 

sem, de fato sê-lo.

Só eu sei de minhas dores,

só eu conheço meus limites

(Que não são poucos,

nem sem fundamentos).

Sei das minhas fraquezas

e das minhas incertezas,

mas ignoro-as

por seu bem maior,

por seu conforto 

e segurança.

Caminho segura

de minhas escolhas.

São boas?

São certas?

Não sei...

Quem o sabe?

São minhas,

sou delas...

Nelas me faço,

enquanto me fazem

ser quem eu SOU,

no tempo em que vivo,

no espaço onde ESTOU...

Vanda Felix




sexta-feira, 9 de outubro de 2020

Sem não-me-toques

 Sem não-me-toques

me toque.

Me pegue no pulo,

se jogue

sobre meu corpo

sem medo.

Seu peso

não pesa

tanto quanto

minha pálpebra

cansada.

Me apalpe

com as pontas dos dedos

dos pés

e das mãos.

Sem não-me-toques

me toque.

Me pegue.

Talvez, eu me entregue.

Talvez, diga não!

Vanda Felix




quinta-feira, 8 de outubro de 2020

Tua dor

 Tua dor me dói.

Sangra em mim

Tua ferida.

Arde em minha retina

A luz que fere os olhos teus.

O sal do teu suor

faz queimar a minha pele.

Tua alma geme,

A minha escuta.

Teu coração se agita,

O meu acelera.

Reage!

Foge!

Grita!

Mas não se entregue,

Resista.

A dor não é infinita,

Enxergue a beleza da vida

Que se expande

Para além do teu entorno.

Estou contigo.

Te sinto,

Te entendo.

Aceite minha mão

E venha comigo.

Dá-me tua mão,

Permita-me ajudar-te a erguer-te...

Vanda Felix




terça-feira, 6 de outubro de 2020

Flor



 Flor

É poesia pura!

Jamais deveria

Ser rima para dor.


Flor

É a a manifestação

Do que há de mais puro belo,

Seja no mais singelo campo

Ou no jardim de um castelo.


Flor

E pura poesia

Que se manifesta aos olhos

Dos que cultivam o Amor

Em todas as horas do dia.

Vanda Felix

terça-feira, 29 de setembro de 2020

Crueza

 Ferem-me de morte, 

Sem desferir um golpe 

Contra meu corpo. 

Matam minha alma 

Através de palavras, 

Injúrias, 

 Quimeras... 


 Ferem-me de morte 

 Através do desprezo, 

Do desdém de minhas dores, 

Da banalização do que sinto, 

Dos medos que tenho 

Guardados comigo. 


 Sem dó, nem piedade,

 Pisoteiam, 

Do alto de seus saltos agulha, 

Meus sentimentos, 

 Meu coração frangalhado, 

 Surrado, 

 Sofrido, 

Despedaçado. 💔 


 Abro mão de vontades,

 Desejos e possibilidades 

 Para não me fazer ausente. 


 Oculto meus planos, 

De mim mesma, até, 

 Para não ferir, Não magoar, 

Não ser arrogante. 


 Em vão... 

Meu dias se vão,

 Junto com os sonhos meus,

 Dos quais abro mão 

 Em nome do amor. 


 Um amor não amado, 

Sem dó, desprezado, 

 Que ama sozinho. 


 Amor melindroso,

Omisso,

Medroso,

E que, sozinho

E silenciado

Findará os seus dias, 

Na casa vazia 

De vida e calor.

Vanda Felix

quarta-feira, 23 de setembro de 2020

Decepção primaveril

 A Primavera, toda vaidosa, 

Feito adolescente ansiosa,

Vinha na ponta dos pés 

Para não incomodar.

(Não sabia o quanto era esperada!)

Bateu, delicadamente,  à porta,

Aguardando que alguém a atendesse

E convidasse para entrar.

Era, de fato, aguardada,

Mas, na bagunça da casa,

Não lhe reservaram um lugar.

Vendo o caos e a desordem,

Decepcionada,

Virou-se de costas

E, copiosamente, 

Pôs-se a chorar...

Vanda Felix





terça-feira, 15 de setembro de 2020

Herança

 A dor não me domina,

nem determina

meu destino.

Por mais dilacerante,

lancinante

e intensa,

que se apresente,

meu corpo sente,

mas a cabeça pensa:

"Há saída, 

há esperança!"


Por maior que seja meu vazio,

ser vazia

Não é minha escolha.

Não me recolho

à minha bolha

enquanto o mundo

explode, lá fora.


Faço 

o que posso

e julgo correto,

faço

 o que é certo

e sei que consigo,

segundo minha consciência

e intuição.. .

Não julgo,

não condeno,

não destilo

meu veneno.

Atravesso 

pela faixa,

e caminho

na calçada, 

cumprimento a todos,

sou educada. 


Faço 

o melhor que posso.

Desço e subo

pela escada,

se não houver 

outra opção. 


Faço uso

dos direitos

de usufruto 

do que pago.

Nada peço, 

nada pego 

sem pedido

de concessão..


Insisto,  no que valha a pena

e seja benéfico 

à minha alma

e ao meu coração. 

Não desisto 

à primeira brisa,

nem à  leve lufada de vento,

mas respeito 

a Mãe Natureza,

a força do furacão. 


Não subestimo

meus inimigos,

nem me atiro 

aos braços do perigo.

Sou previdente, 

mas com ousadia.

Vivo o hoje,

vivo o dia

sem qualquer precipitação.


Reconhecendo meus limites,

busco contorná-los,

dando a volta

pelo outro lado.

E, nessa ida e volta, 

persisto

até esgotar minha energia.


Essa persistência, 

que muitos chamam

teimosia,

aprendi com meus pais,

que dos meus avós aprenderam

para sobreviver 

às agruras do dia a dia.

Não é capricho,

não é soberba:

é herança

perpetuada, 

transmitida

a cada geração.

Muitos chamam "costume",

a isso eu chamo "Educação".

Vanda Felix





quarta-feira, 12 de agosto de 2020

Vai-se...

 




Vi o Tempo dobrar a esquina,

Sem ao menos olhar para trás,

Sem, sequer, um aceno

Que denotasse que voltaria.

Foi e me deixou para trás, 

Perdida nas lembranças 

Que ele mesmo criou...

Passou por mim, 

Num sopro suave de outono,

Mas fez com que as folhas caíssem. 🍂

O Tempo, esse senhor insensível,

Não cultiva sentimentos. 

Não se apega aos momentos,

Sejam bons, ou sejam ruins.

Vai-se,

Sem olhar para trás 

(Nem num furtivo soslaio).

Vai-se, 

Impiedoso e decidido, 

Sem medo do arrependimento. 

Dobra as esquinas da vida

E nos deixa em qualquer parada

Parados,

Paralisados,

Imóveis.

Vai-se 

Sem culpa,

Sem bagagem,

Sem peso.

Vai-se, 

Enquanto ficamos pelo caminho,

Perplexos por sua ousadia e coragem

Em seguir adiante 

À nossa revelia

E a despeito de nossos anseios.

Vanda Felix



sábado, 8 de agosto de 2020

A vida é o agora!

 Descobri que dentro de mim há um mundo,

Desconhecido e misterioso, 

Que abriga sentimentos confusos

E ao mesmo tempo profundos.

Um misto de angústias 

E arrependimentos...

Pelo que foi feito;

Pelo que se fez de modo equivocado;

Pelo que não se fez,

Por não querer ou por não ter jeito...

E vem a dor 

De não se poder retroceder, 

Não se poder recomeçar. 

Em paralelo, 

Grita o temor,

Que vem de dentro,

Pelo que está por ainda vir,

A incerteza se, de fato, virá, 

Ou, se finalizaremos por aqui...

Tempos verbais que se misturam,

Tempo de vida que passa.

O que foi, não será mais,

O que é não mais será 

E a incerteza do futuro,

Por não saber se o mesmo virá. 

Será?

O verbo, conjugável em qualquer tempo,

A vida, somente no agora!

Vanda Felix 


(Imagem extraída do site https://www.mensagenscomamor.com/frases-para-reflexao)

sábado, 18 de julho de 2020

Abraço

Abraço 🤗



Uma razão para persistir,
Uma emoção para sentir...
Saudade, 
Vontade,
Necessidade. 
Dias, que passam, 
Sempre tão iguais.
Falta calor,
Falta sentido.
Medo,  
Incertezas, 
Dia sim,
Outro também 
Bate, no peito,
Aquela tristeza.
Angústia que sufoca
O peito oprimido.
Espera, sem previsão 
De alcance
(É, este, o lance!).
Dias iguais
Que passam 
Sem pressa.
Pra quê,  afinal,
Serve essa pressa,
Se não vamos a lugar algum?
Amanhece,
Entardece, 
Anoitece...
Voltas completas no relógio 
Que marca as horas,
Que mede o tempo,
Que segue indiferente 
A essa marcação. 
Passa o tempo,
Passatempo,
Tempo perdido?
Nada faz sentido...
Para onde caminho?
É,  este, o caminho?
Vazio de gente
Que me faz diferente,
Me completa,
Me conclui,
Me faz quem eu sou.
Me envolve em seus braços, 
Num forte abraço, 
Que me prenda,
Me enlace 
Num nó 
Ou num laço...
Vanda Felix




quinta-feira, 9 de julho de 2020

Sobre a fúria




Frase-poema de Victor Rodrigues
Link do perfil: https://www.facebook.com/poetapraga

O frio castiga a pele.
A fome debilita o corpo.
A indiferença,
esta, mata a alma
(mesmo em vida...).
Ódio alimentado
Fartamente.
No coração, alojado,
Só faz crescer.
Explode em fúria,
Em atitudes espúrias,
Sem razão,
Sem explicação,
Sem quê,
Nem por quê,
Nem pra quê...
O lado oculto do ser,
A natureza primitiva
E selvagem do ser humano;
A tecitura
De uma rede de enganos
E de maldades
Incompreensíveis.
A pouca (ou nenhuma)
Sensibilidade
Não permite ver no outro
Os traços de igualdade
Que nos fazem a todos
"Gente".
Gente que sente,
Sofre,
Necessita 
(Tanto quanto eu,
Quanto você)
De um afeto,
De uma palavra amiga,
De um "papo reto"
Ou de um simples olhar de ternura...
Pequenos gestos,
Singelas atitudes,
Que nada nos custam,
Mas curam feridas
E dão sentidos
(Às vezes, novos sentidos)
Ao que chamamos de VIDA...
Vanda Felix



A mais emocionante animação sobre a fome



Enquanto grande parte da humanidade alimenta abundantemente os seus egos no consumismo desenfreado, acarretando severos danos morais a si mesmos e grandes prejuízos ambientais ao planeta, milhares de outros, igualmente humanos, têm as suas vidas dizimadas pela fome.
A tal respeito, afirmou Mia Couto, na Conferência de Estoril, em 2011, sobre Segurança:
Há uma arma de destruição massiva que está sendo usada todos os dias, em todo o mundo, sem que seja preciso o pretexto da guerra: essa arma chama-se fome.”
A campanha Caritas, visando alertar todo o planeta para tal realidade, baseando-se em uma história ancestral sobre a fome e partilha, criou este vídeo de animação. A campanha denomina-se “One Human Family, Food for All” e teve a direção de arte de EALLIN.
A “alegoria das colheres longas” nos faz refletir acerca da imortância de nos auxiliarmos mutuamente, “uns pelos outros”


sexta-feira, 19 de junho de 2020

Confiança II

Saudade do que foi rotina...
Acordar de sobressalto,
A chuva, a escorrer pelo asfalto,
O som alto das buzinas.
Dia a dia,
Correria.
Maratona, prazos curtos,
Gritaria.
Pão quentinho,
Padaria.
Era a vida que seguia.
Vez, ou outra,
Uma fuga do cotidiano:
-Viagem em outro tempo-espaço.
Caminhar, por verdes prados
Ou pela areia da praia,
Num amanhecer ensolarado
Ou numa tarde de brisa suave
- Razões de pura alegria!
De tudo o que se foi
E do que poderia ter sido,
Resta, somente a saudade,
Reavivada nas belas lembranças
Que reacendem a esperança
De que o sonho,
Outrora sonhado,
Tão perto de ser realizado,
Torne a ser minha verdade.
Utopia?
Ilusão?
Devaneio?
Não!
O nome é "CONFIANÇA"!
Vanda Felix



sexta-feira, 12 de junho de 2020

A criança que me habita

A criança 
que mora em mim,
canta 
e dança
sem medo, 
sem vergonha, 
numa euforia
sem fim.
É nobre, 
é singela,
inocente,
sincera,
sabe nada da vida,
ou pouco sabe?
Só sabe que é bela.
Sabe ser feliz
com pouco, 
até com nada...
Cria o que lhe falta,
fantasia o que deseja.
A criança
que me habita,
é eterna aprendiz.
Nem é a mais bonita,
mas é a mais feliz...
Vanda Felix

(À minha querida amiga, Lívia, pela completude de mais um ciclo de vida. 🎂)






domingo, 31 de maio de 2020

Indefinidamente...

Saímos,  sem poder olhar para trás, 
Sem, sequer, dar adeus ou até logo.
As portas e portões,
Simplesmente,  se fecharam às nossas costas.
Fomos, já na ânsia de voltar...
Mas, fomos ficando,
Indefinidamente. 
Tivemos que nos adaptar,
Criar novos métodos, 
Novas estratégias 
De trabalho e de sobrevivência. 
Aprendemos a conviver
A portas fechadas,
Isolados
Com nossas ausências 
E distâncias, 
E, principalmente, 
Aprendemos 
A conviver com a gente mesmo...
Tivemos que nos olhar por dentro.
Descobrimos que nenhum de nós é o centro 
Ou a razão de coisa nenhuma,
Mas que cada um importa,
Pois cada um é peça motriz
Que faz girar a grande roda
A que chamamos país.
Vanda Felix

★  ★

☻/*´¨)
/▌¸.•´¸.•*´¨) ¸.•*★
/ \ 
•*´¨`*•➨ Beijos... ★

sexta-feira, 22 de maio de 2020

Página da História

Há coisas urgentes
Que não esperam o porvir
A dor não espera,
A fome não espera.
A vida,  ah, esta!
Também não espera.
O abraço, de hoje,
Pode esperar,
O sorriso, este danado,
Inocente, sincero,
Não há porque,
Nem mesmo pra quê
Protelar.
Pode ser usado
De modo abundante,
Mesmo que camuflado
Sob máscaras e cores.
Seu som se espalha,
Seu brilho irradia
Luz e alegria,
Emana energia,
Que pode curar...
A boa  palavra,
Que não marca hora,
Pode ser dita e ouvida, agora,
Trazendo esperança
E alento a todos:
Ao adulto, à criança
(E até ao incrédulo).
O aperto de mão,
Vai ficar pra depois,
A intimidade,
Vai ficar pra depois.
Hoje, importa viver,
E se proteger
A ti e a quem amas.
A tal pandemia
Mudou nossos dias,
Mas, sim, vai passar!
A fé,  que nos move,
Por dias melhores
Irá nos guiar
De volta à vida,
Que não mais a mesma,
Mas ainda, intensa,
Revista,
Repensada
De modo ciente,
Não mais descuidada,
Não mais negligente.
Amigos distantes,
Famílias dispersas...
Bateu desespero?
Relute,
Enfrente
E siga em frente,
Contando comigo.
Mesmo à distância,
Estamos contigo.
Quem diria que vidas
Iriam silenciar-se
De modo tão abrupto?
Ninguém mostra a cara,
Mas, não por vergonha,
E, sim, precaução
E excesso de amor...
Prossigo te amando
E amando a mim mesma,
Por isso, o aceno,
Por isso o desejo,
Que tudo não tarde
A ficar na memória,
Uma página da História
(Da minha, da sua)
A não se negar.
Vanda Felix


terça-feira, 21 de abril de 2020

Confiança I

O relógio 
Repousa
No pulso.
O Tempo
Perdeu a pressa...
O sangue 
Que pulsa
Na veia.
A lebre
Que corre, 
A abelha
Que morre
Após a picada. 
Uma aranha
Tece a teia,
Paciente,
Confiante,
Totalmente alheia
Ao mundo,
À chuva,
Ao sol
Que incendeia
A estrada
Térrea 
Ou asfáltica. 
Trama,
Tece, 
Elabora.
Fica
À espreita
Da presa
Desavisada, 
Incauta...
Sem pressa,
Sem drama,
Confia
Na trama
Que cria.
Vanda Felix


domingo, 19 de abril de 2020

Relaxa...

Relaxa,
que a vida passa,
querendo, você,  ou não.
Trabalhe, não pra "ganhar a vida",
mas, pra garantir o seu pão. 

Relaxa, 
que o tempo não espera,
então, aproveite o momento.
Conheça belos lugares,
tenha bons sentimentos.

Relaxa,
não tenha medo 
de se arriscar em aventuras.
Invente novas histórias, 
construa uma nova estrutura.

Relaxa, 
que o tempo e a vida
passam à sua revelia.
Seja sujeito ativo
e viva cada um dos seus dias.

Construa,
crie, conheça
tudo o que desejar.
Se tudo ruir, não se esqueça:
podemos recomeçar!

Arrisque-se!
Conheça novas culturas
e todo tipo de gente.
Ninguém é melhor que o outro,
ninguém fica "pra semente".

Relaxa, 
ninguém sabe o tempo
que permanecerá neste mundo.
Por isso, te dou um conselho:
"Viva bem, cada segundo!"
Vanda Felix





Retomada

 Há tempos não percorria estas páginas... deu até saudade, agora! É que a vida anda tão atribulada, tão conturbada, que meus hábitos mais re...