quarta-feira, 28 de outubro de 2020

Entre sonhos e devaneios

 Sonhos

 São sonhos...

 Não se veem na obrigação 

 De serem lógicos, 

 Nem coerentes. 

Então, sigo essa corrente 

 De atropelos 

 E desejos. 

Entre sonhos e devaneios

Estravazo meus anseios 

Na inconstância dos momentos. 

 Deixo os sonhos me guiarem 

Na floresta dos enganos. 

Sou mutante, 

Sou cigano, 

Sou pássaro livre no ar,

 Sou um peixe desse oceano 

De pensamentos errantes, 

Que se afoga em seus próprios medos 

 Mas ressurge, renascido, 

Ave Fênix encantada, 

Que encanta 

 E não desiste. 

Quebra a cara, 

Volta atrás 

 E tudo pode, 

Pois é livre...

Se quiser, toco as estrelas,

Na Lua,

Faço morada.

Sou amante,

Sou amada,

Sou alguém 

Que sonha e vive,

Meu limite

É o além...

Vanda Felix








quarta-feira, 21 de outubro de 2020

Caminho


O caminho
por que caminho
não é só de pedras,
não é só de espinhos...
Ao lado da estrada,
em que sigo sozinha,
há uma relva macia
onde descanso 
(corpo e cabeça).
No meio da trilha
passa um riacho:
em suas águas me perco,
em suas águas me acho)...
Atalhos,
desvios,
barrancos,
barreiras.
O caminho é tortuoso,
mas sigo certeira.
Sei que não há retorno.
A cada passo, avanço.
Não recuo,
mas tropeço.
Caio,
levanto,
ergo a cabeça.
Trato as feridas
e sigo adiante
nessa estrada incerta,
cheia de curvas e retas,
a qual chamamos de VIDA.
Vanda Felix

sexta-feira, 16 de outubro de 2020

Sem máscaras

 Registro meus sentimentos

em breves e seletas palavras

para que o mundo inteiro

me leia a alma

e decodifique meus pensamentos.


Escrevo a mão,

em letra bastão

(em tortas linhas

meu traço torto), 

também em braile.


Traduzo em libras,

equalizo no som dos golfinhos

e no canto das baleias jubarte.


Faço da minha vida minha arte.

Esboço cada traço,

rabisco letra a letra,

corrijo todo deslize,

apago os muitos enganos

com a borracha do Tempo...


Enfim, finalizo...

Talvez, me falte juízo

mas não me falta vontade

de viver a minha vida

com toda intensidade

e que ela seja de verdade...


Eu, sem véus, maquiagem nem máscaras,

mostrando o coração e a face,

desnudando a alma

com paz,

calma

e serenidade

manifestas no sorriso

que trago estampado na cara.

Vanda Felix





terça-feira, 13 de outubro de 2020

Quem o sabe?

 Meu esforço

é por SER melhor,

ESTAR melhor a cada dia.

(Para mim mesma

e para quem me é caro)

Costumo errar,

às vezes...

Mas teimo,

insisto,

não desisto.

Faço, de novo,

invento,

experimento.

Me atiro às ondas,

atiro-me ao vento,

com os pés na terra

e os olhos no firmamento.

Meu temor em falhar é imenso,

mas não maior 

que meu desejo de acertar.

Amo a quem é de amor,

cuido a quem é de cuidados,

protejo quem em mim busca abrigo,

dou meu jeito de superar

as dificuldades 

e deficiências. 

Venço medos, 

domo fraquezas, 

supero ranços.

Eis minha luta diária!

Faço-me forte 

sem, de fato sê-lo.

Só eu sei de minhas dores,

só eu conheço meus limites

(Que não são poucos,

nem sem fundamentos).

Sei das minhas fraquezas

e das minhas incertezas,

mas ignoro-as

por seu bem maior,

por seu conforto 

e segurança.

Caminho segura

de minhas escolhas.

São boas?

São certas?

Não sei...

Quem o sabe?

São minhas,

sou delas...

Nelas me faço,

enquanto me fazem

ser quem eu SOU,

no tempo em que vivo,

no espaço onde ESTOU...

Vanda Felix




sexta-feira, 9 de outubro de 2020

Sem não-me-toques

 Sem não-me-toques

me toque.

Me pegue no pulo,

se jogue

sobre meu corpo

sem medo.

Seu peso

não pesa

tanto quanto

minha pálpebra

cansada.

Me apalpe

com as pontas dos dedos

dos pés

e das mãos.

Sem não-me-toques

me toque.

Me pegue.

Talvez, eu me entregue.

Talvez, diga não!

Vanda Felix




quinta-feira, 8 de outubro de 2020

Tua dor

 Tua dor me dói.

Sangra em mim

Tua ferida.

Arde em minha retina

A luz que fere os olhos teus.

O sal do teu suor

faz queimar a minha pele.

Tua alma geme,

A minha escuta.

Teu coração se agita,

O meu acelera.

Reage!

Foge!

Grita!

Mas não se entregue,

Resista.

A dor não é infinita,

Enxergue a beleza da vida

Que se expande

Para além do teu entorno.

Estou contigo.

Te sinto,

Te entendo.

Aceite minha mão

E venha comigo.

Dá-me tua mão,

Permita-me ajudar-te a erguer-te...

Vanda Felix




terça-feira, 6 de outubro de 2020

Flor



 Flor

É poesia pura!

Jamais deveria

Ser rima para dor.


Flor

É a a manifestação

Do que há de mais puro belo,

Seja no mais singelo campo

Ou no jardim de um castelo.


Flor

E pura poesia

Que se manifesta aos olhos

Dos que cultivam o Amor

Em todas as horas do dia.

Vanda Felix

Retomada

 Há tempos não percorria estas páginas... deu até saudade, agora! É que a vida anda tão atribulada, tão conturbada, que meus hábitos mais re...