segunda-feira, 21 de fevereiro de 2022

Seguindo o baile

 *Seguindo o baile*


"Oi, você está bem?"

"Sim, claro! Por que, não?"

A vontade, que me bate

É de responder

Com a verdade:

"Não,  claro, que não!"

Mas, enfim,

Que diferença faria?

Sabemos que essa pergunta,

Na maioria das vezes,

Nos é feita

De modo "pró-forma"

Sem que, de fato a resposta,

Tenha algum interesse, 

Sendo sincera,  ou não, 

Não fará a mínima diferença ,

Nem numa possível empatia,

Por parte de quem a fez,

Nem na resolução 

Do que nos aflige.


Aflição...

Hipertensão...

Depressão...

Solidão...


Seguimos, então, 

Fingindo que está tudo bem...

Conosco e com o mundo!

Seguimos fingindo dar conta 

De todas as demandas,

De quitar todas as contas...


Até que uma hora... 

"Plaft!"

A máquina, que, já não é 

O último modelo da fábrica, 

Quebra!


Quebra

Porque nada é cem por cento perfeito

(Nem nós, humanos,

Pretensamente 

E iludidamente 

Superiores).

Quebra

Porque a carga foi muito maior

Que a capacidade dos nossos ombros.

Quebra

Porque qualquer equipamento 

(Ou pessoa)

Carece de um repouso

E reparos regulares.

Quebra

Porque não é imune

A imprevistos,

Nem a acidentes.

Quebra

Porque até a garantia estendida

Vence.

Quebra

Porque quebra,  ué?

E, agora, o que se faz?


Pensamos que somos únicos,

Insubstituíveis, 

Mas não somos!


Numa possível ausência, 

Outro nome ocupará 

O nosso lugar

Na lista de controles.

Outra data de nascimento 

Indicará a quem serão dados 

Os "parabéns" no aniversário. 

Outra "bunda"

Tomará nosso assento, 

E, por aí afora,

Sem que sejamos,

Sequer, lembrados,

Quiçá,  citados

Nas datas festivas 

Nos anais da família 

Ou da instituição 

Que tomou nosso sangue,

A grandes goles,

Ainda quente...

Mas, agora esfriou,

Coalhou

E não lhes serve para mais nada,

Nem mesmo para referência,

Menos, ainda, para reverência...


Findo o féretro,

Findas as lágrimas, 

Que nos resta?

Nada!

Talvez, mesmo,

Nem lembranças...

Tarde demais para agir.

Nada mais a se fazer...


A máquina quebra...

E não há conserto. 

Jaz  sucata

N'algum canto.

Quebra

Porque é frágil. 

A ferrugem lhe corrói...


Descarte.

Troca.

Substituição. 

Outras virão:

Mais modernas,

Mais tecnológicas, 

Novas,

"Novinhas"...

Mas, também, passarão. 

O ciclo, que não se fecha.

E segue-se com o baile,

Noite adentro,

Vida afora...

Vanda Felix



domingo, 13 de fevereiro de 2022

Nostalgia

 Nostalgia


࿐ꕤ ͜·*˚


Hoje me vi tomada,

De repente,

Pela nostalgia

E reflexão. 

Pensei em lugares que habitei, 

Pessoas que conheci,

Com quem convivi

E nas funções que desempenhei. 

Quem tomou o meu lugar?

Quem ocupou o meu espaço?

Ninguém...

Porque nada, nunca,

Foi, de fato, meu.

Chegou meu tempo

De mudar de estrada,

Dar oportunidade 

A quem,  de chegada.

Deixei o posto,

Sem olhar para trás.

Se sinto saudades?

Demais!

(Mas, não,  arrependimento...)

Cumpri a missão 

À qual me propus,

Não havia razão 

De prolongamento. 

Deixei o lugar

Que, por muito, ocupei,

Sem dele ser dona.

Saudades restaram,

Tão doces lembranças:

Amigos, cantinhos,  

Flores, crianças...

Quem sabe,

Quem veio a assumir

O lugar

Que nunca foi meu,

Não seja alguém 

Que em mim se inspirou?

Sei que deixei um legado,

Sei que fiz coisas boas,

Creio que, nesta vida,

Nada se dê ao acaso, 

Nada se faça à toa.

Fui responsável 

Pela formação de tanta gente,

Ao mesmo tempo em que,

Com eles,

Também me formava.

Dias frios, 

Dias quentes,

As quatro estações, 

Ao longo dos anos se repetindo...

Seguimos evoluindo,

Seguimos adiante,

Ontem, tão próximos, 

Hoje, tão distantes,

Mas, nem por isso, ausentes...

Vanda Felix




quarta-feira, 9 de fevereiro de 2022

Duplas perfeitas

 


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/ \˚业▂业 ✿ 业¸.•**•..¸★✿¨`• ✿✿✿


Café com pão, 

Trilho e trem,

Molho e macarrão. 

Duplas perfeitas,

Como eu e você 

Ou,

Caso queira,

Você e eu. 

Queijo e goiabada,

Azeite com salada,

Eu, você 

E mais nada...

Duplas que se completam,

Olhos que se contemplam,

Mãos que sabem o quê 

E onde encontrar

O que querem. 

Mãos que acarinham,

Mãos que não ferem.

Minhas mãos e as suas...

Quarteto perfeito.

Duo de duplas,

Que se entrelaçam 

Sem culpa,

Na cumplicidade,

De um momento

Só nosso...

Vanda Felix



I


Retomada

 Há tempos não percorria estas páginas... deu até saudade, agora! É que a vida anda tão atribulada, tão conturbada, que meus hábitos mais re...