terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Promessas

Foi-se mais um tempo,
encerrou-se mais uma era,
ao final de cada ciclo
novas promessas , nova espera...
 
Promessa para a nova fase:
mudar de estilo, de rua, cidade...
Mudar de vida? Sei não!
Amo a que tenho, com seus altos e baixos,
seus instantes de felicidade.
 
Tudo passa, mas nós não devemos passar.
A cada instante, o compromisso
de se fazer diferente,
de fazer diferente,
sem deixarmos de ser a gente,
sem perdermos nossa essência,
que faz a cada um de nós, únicos, insubstituíveis...
 
Queria (não! Quero!)
fazer a diferença na sua vida,
cicatrizar suas feridas,
acalmar-te nos momentos de desespero...
 
Se assim o for, far-me-ei feliz também,
sem depender de mais nada ou ninguém,
apenas na certeza de nos querermos bem...
bem próximos...
Por quanto tempo? Por alguns poucos anos...
Quantos?
No mínimo, pelos próximos cem...
Vanda Felix
 
 

quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Permita-me

Permita-me
Trazer de volta o sorriso aos lábios teus...
Fazer brilharem seus olhos, queridos meus...
Desembargar sua voz, que não quer me dizer adeus...
Conceda-me 
A graça de tê-lo novamente envolto nos braços meus...
Perder-me nos loucos momentos em que o mundo além de nós deixa de existir...
Preocupando-me apenas em te sentir
Perto, inteiro!
Entregues de corpo e alma,
Aplacando a sede de beijos um do outro,
Saciando a fome de carinhos e o desejo de entrega,
Num misto de frenesi e calma,
Satisfazendo o desejo que nos cega.
Apenas permita-me!
E permita-se!
Nós merecemos...


Vanda Felix
Permita-se!

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Reticências

Querer-te a cada dia mais e mais,
 desígnio de persistência...
Passar por sobre as adversidades e manter-me fiel à sua espera,
 um ato de resistência...
Mostrar-te através de palavras e atitudes a intensidade de meus desejos,
 insistência...
Sentir-me frágil, quando longe de ti, 
denotação de carência...
Ver-me, menina, refletida em seus olhos, 
devolve-me a inocência...
Sonhar acordada com seus beijos 
me traz de volta à adolescência...
 Ficar longe de ti, 
aumenta a dor da ausência...
O conjunto de tudo isso
expressa toda minha essência...
Ou, talvez incoerência!
Vanda Felix



terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Mudanças

     Ao longo de minha existência, muitas foram as pessoas que passaram e fizeram a diferença na minha vida, dando suas contribuições para o meu crescimento pessoal, ou mesmo oferecendo conforto espiritual e emocional... Tanta gente, tantas histórias!         Não cabe, neste instante, fazer citações nominais, mas sei de cada uma delas, o quinhão que ocupa no meu coração e nos meus pensamentos... Alegrias, expectativas, frustrações compartilhadas, choros acalentados... 
      Mas, sempre chega um momento em que cada um de nós deve fazer sua opção de caminho, e, dizer "adeus", ou mesmo "até logo" verbalmente, não me é muito fácil... Sempre sinto falta do que se foi, mas guardo carinhosamente as lembranças desses momentos, no coração e na alma...
     Sei que, também deixo, em muita gente, uma semente de saudade plantada, regada a muito carinho e consideração.
      Meu coração se parte a cada despedida... Hoje é todo remendado, como uma colcha de "patchwork", cuidadosamente elaborada, fio a fio, ponto a ponto, construindo um mosaico de beleza e harmonia dentro de mim...
      Mas, graças ao bom Deus, as voltas que o mundo dá promovem muitos reencontros felizes e oportunidades de resgatar o que ficou lá atrás, revivendo felicidades ou consertando erros... Fato é, que novamente esse momento de apartação se apresenta e a ansiedade toma conta de meu ser: o que será de mim sem vocês? O que será de vocês sem mim?
   Continuaremos vivendo, criando novas histórias, em novos contextos e com novos personagens, mas a essência da convivência saudável permanecerá impregnada em nossas peles, em nosso espírito...
   "Até breve", amigos que se vão! "Até breve", amigos que ficam! 
Sinto-me extremamente agraciada por ter sido merecedora de coexistir ao lado de pessoas tão especiais!
     Forte abraço a todos e que Deus continue a nos oportunizar reencontros inesperados indefinidamemnte..

(Dedicado às pessoas especiais, das quais devo apartar-me: Solange Cristina Ferreira, Maria do Carmo Holtz, Edineia Santos, Rose Lopes, Luana Queiroz, Tereza Angela, Sandra Melo... e tantos outros) 

Vanda Felix


sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Tempos

Quem me dera, ter sido para ti perfeita...
Quisera eu!
Quisera, mas não pudera!
Pretérito-mais-que-perfeito,
Ainda mais perfeito do que pretérito...
Presente ainda no meu corpo, na minha mente, nas minhas lembranças
e ( principalmente!), nos meus desejos 
e nas minhas esperanças...
Ainda o serei no futuro?
Não sei...
Não cabe a mim desvendar o destino.
Ah, meu menino!
Como me dói apartar-me de ti!
De novo... até quando?
Quisera eu ter sido para ti perfeita...
Mas não o fui,
não o sou,
não o serei...
Sou incompleta, inacabada,
falha...
Mas sou sincera, sou autêntica,
e, apesar de perdida a batalha,
mantenho-me em campo,
mas de volta à trincheira
de onde o espreitei, quase a vida inteira
sem ousar um ataque
e sem ousar defender-me...
Hasteio a bandeira da paz
e te peço uma vez mais:
"Me entenda, me ensine, me guie..."
Quisera eu ter sido para ti perfeita...
Quisera? Não! Quero ainda!
Vanda Felix


quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Impassível diante do dragão, de Neymar de Barros (Republicação)

Faço minhas, as palavras de outrem...

Engraçado como podemos ser tão fielmente retratados nas palavras de outrem! Hoje queria muito escrever, mas não encontrava as palavras certas, então, resolvi me expressar por meio de um poema que, apesar de não ser de minha autoria, retrata-me com tal profundidade, que chego a me ver refletida nas palavras do autor! Chama-se "Impassível diante do dragão" e é já bem antigo, editado originalmente em 1973, no livro entitulado "Deus negro", de Neimar de Barros. Leiam, vale a pena conhecer-me mais a fundo por meio dele. Para tanto, basta inverter o eu lírico:

Impassível diante do dragão

Há quanto tempo nos conhecemos?
Sei lá!...
Eu vinha, você ia... foi um encontro comum,
          casual,
Milhares já se encontraram assim.
Depois eu comecei a sentir algo,
Talvez uma saudade sem razão,
Sei lá!...
Não era tristeza, não era alegria,
era uma indecisão de amar você.
E eu passava momentos olhando para a frente,
Desligado, sem ver nada.
Gozado! Olhava e não via!
Estava absorto, parado, consumido por mim:
Uma verdadeira estátua em introspecção!
Estava "encucado",
"Encucado" com ausência que era presença.
de repente, a interrogação indecisa foi
         evaporando,
E eu vi dentro de mim que era amor.
Você estava enquadrada nbo que eu queria,
Desde o sorriso até as lágrimas.
Você era o SIM diante do altar,
Você era a mão certa na escalada incerta,
Você era o horizonte nítido... o agasalho...
Mas eu cometi um erro:
Não perguntei se eu também era
Tudo isso para você.
E a verdade é que não era.
Eu não estava enquadrado no que você queria,
Eu era o NÂO.
Não era o sorriso, não era o agasalho, não era
         nada...
Era um ser andante maravilhosamente invisível
         para você.
De repente, a exclamação veio em "closed"
E eu fiquei afirmando seus defeitos,
fiquei procurando tudo que você fazia de 
         errado,
E você não fazia...
Fiquei torcendo pra voc~e me decepcionar.
Afundei-mne como arqueólogo nas ruínas da sua
         imagem adorada,
E você permaneceu intacta.
Eu quis desmanchar a ilusão,
Quis vomitar um amor que me assentava bem,
E torci pra você me decepcionar.
Eu queria tanto sentir raiva de você,
Ódio!
No entanto, você se manteve a mesma,
Impassível diante do dragão em que me
         transformei.
Então, me decepcionei comigo,
Porque não compensei o que queria
Com o que sentia.
E numa noite, não muito longe,
Resolvi selar a carta da despedida.
Fechei os olhos,
As lágrimas pingaram uma a uma,
E eu adormeci, sonhando o sonho da aceitação!
 by Neimar de Barros (1973, O Recado- Editora)

Boa noite a todos!
Vanda Felix

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Amor secreto

A mim não importa ter-te enquanto troféu.
Importa-me estar contigo!
Pouco me importa provar a quem quer que seja
que estejas comigo...
Bastava-me ser seu segredo,
e tê-lo, mesmo que secretamente...
Mas não consegui ocultar do olhar
a felicidade de contigo estar...
Quis gritar ao mundo meu estado de euforia,
compartilhar com todos minha pequena alegria
por sentir-me, enfim, sua...

Provas ao mundo não fiz questão de dar,
mas fui denunciada pelo brilho em meu olhar,
pela ansiedade, que impediu-me de pensar
se, de fato, agradava-lhe meu jeito doido de te amar...
Acho que minha empolgação e exagero só fizeram lhe assustar...

Agora, me vejo perdida, flagro-me a soluçar,
com medo de que não haja meio de reparar
algum mal que possa ter lhe causado
na fúria louca de te fazer se sentir amado.

Tanto tempo alimentando sonhos,
esperanças, desejos, fantasias...
Secretamente, te esperava a cada dia...
Platonicamente, serenamente,
mantive um sentimento dormente
por uma vida quase toda...

Mas, eis que, meu sonho delirante,
viu-se plausível,
possível,
pertinente...
Deixei de lado os cuidados,
entrei de cabeça no sonho desejado,
que se fez real, tangível, realizável!
Impossível negar-me a tal deleite!
Pouco me importa o que o mundo aceite,
quero, preciso mais que nunca de você! 
Vanda Felix


              

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Ah, como eu queria!

Ah, como eu queria
ter tua companhia,
agora, ao fim do dia!
( Bem que poderia!)

Creio que nem dormiria!
A noite inteira passaria
a contemplar teu semblante amado,
razão de minha alegria...

Ah, como desejo
perder-me no teu beijo,
raio de energia,
clarão forte, lampejo...

Ilumina minha noite,
Ilumina meu dia...
Suave despertar,
depois de frenética ousadia...

Corpos cansados,
de amar, extasiados,
estendem-se lado a lado,
por momentos, abraçados,
por quê hão de se separar???

Depois de uma noite de magia, 
de arroubos e rebeldia,
vai-te, à minha revelia,
deixando-me, ao raiar do dia,
como podes?

Acaso não sentes o que sinto?
Necessidade de ti, eu não minto!
Como do ar que me sustenta, 
ou do alimento
que sacia o faminto,
necessito de ti,
aqui, agora, comigo,
em mim, 
invadindo meu ser,
dominando meu corpo
que sucumbe às tuas vontades,
satisfaz tuas leviandades,
mas se completa em teus desejos...
que são muito meus,
posto que te quero.
te espero,
te anseio...
Vanda Felix




sábado, 7 de dezembro de 2013

Saudades

Saudades de minha infância,
vida simples, descomplicada...
Saudade da inocência,
de pensar que o mundo era o que via da sacada.

Saudades da adolescência,
do alvorecer, desabrochar do amor,
beijo roubado, namoro escondido,
coração partido, mas sem muita dor.

Saudade dos tempos de esperança,
da juventude cheia de rompantes,
da ousadia, sem medo de mudança,
do recomeçar a cada dia, dos amores inconstantes...

Saudade da minha vida,
de tudo que vivi ou vivenciei,
das pessoas que por mim passaram
e das quais não me esquecerei.

Saudades, às vezes de mim mesma,
das alegrias que vivi outrora,
dos amigos deixados pelo caminho,
dos que me deixaram, dos que nem cheguei a conhecer...

Se eu pudesse voltar no tempo,
faria tudo igualzinho ao que fiz:
viveria as mesmas aventurar,
que me deram motivos para ser feliz.

Amaria os mesmos amores,
mas tentaria ousar um pouco mais, 
sem medo de sofrer dores,
com muito menos pudores,
para poder encontrar-te de novo,
nos mesmos tempos, às mesmas horas,
pararia, então, o cronômetro, jogaria fora os relógios
e não te deixaria partir jamais...
Vanda Felix





quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Imperativos

Leia-me!
Nas linhas e entrelinhas, decifra-me!
Descubras o quanto quero-te, espero-te, 
amado...

Devora-me!
Sem pressa, mas com voraz urgência
dos famintos, 
dos sonâmbulos,
dos náufragos...

Sacia-me!
Inebria-me com teu suor e teu cheiro...
Teu gosto me agrada,
teu aroma me entorpece...

Esquece!
O tempo não mais importa,
fechemos a porta,
percamo-nos nos braços um do outro...

Visita-me!
Guardo para ti os recantos mais escondidos
de meu corpo...
a essência de minha alma...

Perca-se!
Para encontrar-se dentro de mim,
fazer morada em meu ser,
descobrir a plenitude de viver...
Vanda Felix


segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Mil "por quês" sem resposta...

De que me adianta ter sonhado contigo,
se acordo e não estás comigo?
De que adianta ter contigo sonhado,
se acordo e não estás ao meu lado?

Felicidade efêmera,
furtiva porque efêmera..
Fugacidade fugídea,
furtiva felicidade.

Falsidade? Não!

Felicidade!
Pequena leviandade,
Ter-te ao cair da tarde,
sem temor de tempestade...

Divina imoralidade,
me leva à imortalidade...
Me faz eterna, permanente, duradoura...
Eterna até o adeus!
Por que esse adeus?
Por que não são  meus
pequenos momentos eternos?

Por que o até logo,
se não voltas logo
e me jogas na espera,
que desespera,
angustia,
sacrifica,
judia?

Por que sonhar
pra depois acordar
sem meu par, 
sem meu ser, sem meu "tu", que é você?...
Vanda Felix


Retomada

 Há tempos não percorria estas páginas... deu até saudade, agora! É que a vida anda tão atribulada, tão conturbada, que meus hábitos mais re...