terça-feira, 24 de maio de 2022

Outrora

 *Outrora*

advérbio

em tempos passados; no passado, antigamente.

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Antes, orelhões comunitários, fichas telefônicas, filas gigantescas.

Da vida de cada um, sabia-se um pouco.

Escuta,

Escuita, 

Ouve, 

Assunta...

Ouvia-se um lado da prosa e o outro, a mente criava...

A imaginação viajava e a fofoca se espalhava...

E os "trotes", então?

Gostávamos fichas e mais fichas (depois, os créditos no cartão, que, depois de "zerados", viravam itens de coleção) para pregar peças e nos divertir com o desespero, do outro lado.

"Alô, por obséquio,  a senhora trabalha com roupas?"

"Não,  meu 'fio'... Sou dona de casa. 'Cê' deve de ter ligado errado!"

"Ah, entendi! Quer dizer que a senhora trabalha pelada?"

Marcávamos encontros aos quais nunca íamos... Vendíamos terrenos na Lua. Tudo por gozo, por zoação. 

E as campainhas, então? 

Apertar e sair correndo. Ouvir, já longe, e em segurança,  os bravejos do incauto morador que saíra para atender a ninguém. 

Não houvesse campainha, batíamos palmas. 

Era divertido, mas não era correto.

Hoje, tenho essa dimensão e carrego certo remorso.

Coisas que a idade nos traz: nostalgia e arrependimentos. 

São histórias, que nos sirvam de aprendizado e que sirvam às novas gerações. 

O passado não se reescreve.  Mas, é  sempre possível nova leitura, reflexão profunda, evolução. 

Hoje, bateu-me esta nostalgia... Faria diferente? Também não sei.

Sei do meu hoje. Sei do que me tornei, forjada no sofrimento,  no sentimento,  na inocência e na diversão,  a partir das coisas simples, como tomar banho de chuva, na volta da escola, escorregar no barro das ruas de terra batida (em que nem se cogitava a possibilidade do asfalto).

Éramos felizes e sabíamos (só não sabíamos do vazio de um mundo cheio de coisas e possibilidades que viria depois)...

Vanda Felix




Retomada

 Há tempos não percorria estas páginas... deu até saudade, agora! É que a vida anda tão atribulada, tão conturbada, que meus hábitos mais re...