terça-feira, 29 de setembro de 2020

Crueza

 Ferem-me de morte, 

Sem desferir um golpe 

Contra meu corpo. 

Matam minha alma 

Através de palavras, 

Injúrias, 

 Quimeras... 


 Ferem-me de morte 

 Através do desprezo, 

Do desdém de minhas dores, 

Da banalização do que sinto, 

Dos medos que tenho 

Guardados comigo. 


 Sem dó, nem piedade,

 Pisoteiam, 

Do alto de seus saltos agulha, 

Meus sentimentos, 

 Meu coração frangalhado, 

 Surrado, 

 Sofrido, 

Despedaçado. 💔 


 Abro mão de vontades,

 Desejos e possibilidades 

 Para não me fazer ausente. 


 Oculto meus planos, 

De mim mesma, até, 

 Para não ferir, Não magoar, 

Não ser arrogante. 


 Em vão... 

Meu dias se vão,

 Junto com os sonhos meus,

 Dos quais abro mão 

 Em nome do amor. 


 Um amor não amado, 

Sem dó, desprezado, 

 Que ama sozinho. 


 Amor melindroso,

Omisso,

Medroso,

E que, sozinho

E silenciado

Findará os seus dias, 

Na casa vazia 

De vida e calor.

Vanda Felix

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