Ansiedade no coração.
Um copo de vinho na mão.
Um grande gole de ilusão
E, no compasso dessa paixão,
Dois pra lá... dois pra cá...
Rodopio pelo salão,
Feito brinquedo-pião,
Sem sair do lugar.
Dois pra lá... Dois pra cá...
Taça de vinho na mão.
A cabeça rodopia
Mais que o corpo.
Vou à Lua,
Vou ao Canadá,
Sem deixar de estar por cá.
Viajo solta no espaço,
Com os pés cravados no chão.
Presa ao solo,
Cálice de vinho na mão.
Cabeça leve, flutuante,
Coração marinheiro navega
Pelos mares da imprecisão.
Vinho tinto,
Tinta rubra na boca.
Branco, rosê, delicado,
Seco, suave,
Não importa...
Garrafa de vinho na mão.
Na mão? Não! Já na boca!
Vozes que ecoam na mente,
Agora, caladas,
Mudas, silenciosas.
Olhos se perdem na escuridão.
Estilhaços...
Sangue escorrendo nas mãos.
Foi-se o copo.
Foi-se a taça.
Foi-se o cálice.
Cale-se!
Foi-se, também a garrafa.
Sem vinho,
Sem valsa,
Sem sonhos.
Vanda Felix
Saudações etílicas!
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