A gota
Que lhe cai da face
Desmancha
Todo o disfarce.
Borra toda a maquiagem
E revela
Por sob a cor,
Que lhe cobre a cara
Sua verdadeira imagem.
A gota
Que lhe rola pelo rosto
Traz à tona
Todo seu desgosto.
Descobre a tez
E lhe deixa nua
Revela as dores
E dissabores
De sua vida sem gosto,
Sem sal,
Sem sabor.
A gota de lágrima,
Gota de suor,
Gota de sangue quente,
Fluidos corpóreos
De seu corpo frágil,
Desfazem sua alma efêmera
Que vagueia solitária
Pelo breu,
De léu em léu,
Clamando ao céu,
Que lhe recolha,
Lhe dê abrigo
E descanso eterno...
O céu não lhe atende,
Não lhe acolhe.
Ninguém lhe estende a mão,
Nem lhe ampara o corpo,
Que, em queda livre
Se estende ao chão.
Não há mais medo,
Nem mesmo dor.
Calou-se a voz,
Cessou-se o suor.
Sem lágrimas,
Sem sangue,
Sem adeus.
As gotas
Que agora lhe escorrem
Pela face,
Não são de lágrimas:
São, agora, de chuva,
Tão mansa e fria
Que lhe lavam o corpo,
Não mais a alma,
Pois esta,
Não mais presente,
Já vai distante
Deste lugar.
Vanda Felix
Mais uma vez, minha querida e estimada amiga Vandeca nos contagia com palavras doces e nos faz viajar em nossos pensamentos sob efeito de GOTAS!
ResponderExcluirMuito humano, sublime olhar poético para a dor de qie tantos riem. Parabéns, Amiga
ResponderExcluirSem palavras... Parabéns 👏👏👏
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