sexta-feira, 26 de fevereiro de 2021

Apenas queria...


Saudade nem sempre tem nome, 
 Nem sempre tem rosto, 
 Nem sempre tem data. 
É essa saudade, que hoje me assalta. 
Me pega de jeito, 
 Me joga no chão. 
 Saudade de um nada, 
Saudade do desconhecido, 
Do não vivido. 
É um buraco bem grande 
A ser preenchido 
Com não sei o quê. 
 É uma angústia que sufoca, 
É um medo de não reviver 
O que não foi vivido. 
Saudade sem nome, 
Saudade sem rosto 
É a mais dolorida. 
É oco, 
É vazio, 
É dor latejante, 
É ferida invisível, 
 Que arde 
Por dentro. 
Não há ineditismo 
Na minha saudade. 
Mas há estranhamento, 
 Admiração... 
Como faz falta 
O que não tive? 
Como posso querer 
Sem saber se foi bom? 
Não sei como era, 
Não sei como foi, 
Mas queria de novo, 
E de novo, 
E de novo... 
E, para sempre, 
Apenas queria...
Vanda Felix




 

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