quinta-feira, 23 de agosto de 2018
Despertar da infância
Preciso começar agora
A revisitar a mim mesma.
Uma visita calma,
Planejada,
Sem pressa...
Nessa revisitação,
Despertei minha criança cedo,
Antes mesmo do alvorecer.
Penteei-lhe os finos cabelos
E vesti-a com esmero...
Caprichei no aconselhamento:
"Não fale com estranhos..."
"Olhe para ambos os lados
Antes de cruzar a rua..."
"Respeite os mais velhos..."
"Seja uma boa menina..."
E eu, criança obediente que fui,
Segui à risca meus próprios conselhos.
Fui cordeal,
Cordata,
Educada...
Calei minhas curiosidades,
Deixei de conhecer gente interessante,
Tive medo de me arriscar
E perdi oportunidades.
Mas, como nunca é tarde,
Até que fechemos os olhos,
Resolvi rever algumas regras
E me oportunizei
Novos e intetessantes aprendizados,
Como ouvir a mim mesma
Através das batidas do meu coração.
Deixei extravasar a emoção contida
E dei novo sentido à minha vida.
Despertei a criança adormecida,
Há tempos, nos braços do tempo.
Reorientei meu destino
E me redescobri, renovada.
Criança na alma,
Que não envelhece.
Alma leve,
Oculta sob as marcas da face.
Cerne nova
Na velha casca...
Sou hoje o que já fui,
Enriquecida,
Vivida,
Experiente,
Mas, acima de tudo,
Contente!
Vanda Felix
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