A turbidez
no olhar da criança,
o estranhamento,
o medo,
a desesperança.
A rotina de assombros,
precocemente vivida.
a dor,
a dúvida,
o dilema...
Tão cedo despertada
de suas fantasias
e sonhos,
jogada num mundo
de sofrimento
e agonia.
Já não sonha,
nem se encanta,
desconhece a magia,
desconhece o amor,
que não lhe ensinaram.
Sabe de cor
todas as nuances do horror
e revida,
agressiva,
a quem se aproxime.
Adolescente rebelde,
adulto amargurado.
Seu triste destino
já fora traçado
no ventre
daquela que o gerou
e que,
como ela,
alguém rejeitou.
É essa a sina
que perpetua
(herança maldita!)
de geração a geração.
Quem não aprendeu
também não sabe ensinar
a coisa mais simples
e mais grandiosa,
que não é conjugar,
mas sim, viver e sentir
o verbo amar...
Vanda Felix
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