sexta-feira, 8 de dezembro de 2017

Primeiras letras





Primeiras letras na areia
subiram pelas paredes.
Cacos de tijolo,
carvão,
giz,
chão...
Mesmo assim era feliz!
Registros nas "taubas" das cercas,
no chão de terra batida.
Fui seguindo com a vida...
Na escola, cheguei ao lápis,
grafando forte o caderno
(às vezes, furava a folha!).
Na falta da  borracha macia, 
servia-me do dedo com cuspe...
Palavra, palavrinha,
nada de palavrão
(pois foi nesses moldes
que recebi educação)...
Se errava,
logo corrigia,
mesmo que com um borrão.
A velha Bic companheira,
acompanhava a evolução.
Chegamos à Lettera,
passamos pela Reminghton.
O "tec-tec" melancólico,
de um saudosismo simbólico,
hoje não mais ouvido.
O barulhento "QWERT"
da velha máquina,
deu lugar ao silencioso "TOUCH"
dos ANDRÓIDES.
Silenciaram as batidas,
como silenciaram os amores.
Hoje, tudo é compacto,
cabe na palma da mão,
mas, dentro da pequena tela,
vai guardado o coração,
que,
a um leve toque de dedo,
lhe envio a qualquer distância,
mas trago, trancadas no peito
lembranças da velha infância,
das primeiras letras na areia,
que subiram parede acima...
Vanda Felix

quinta-feira, 30 de novembro de 2017

Sobre a luta por direitos



Você, que exige respeito,
Mas não sabe respeitar.
Crê que faz jus
A todos os direitos,
Mas por eles,
Não tem ânimo de lutar.
Delega a outrem
O dever de assegurar
A garantia das conquistas
Das quais usufrui, também.
Fácil assim!!!
Não dá a cara a tapa,
Não se expõe,
Nem cria indisposição.
Fácil esconder a cabeça no casco,
Enfiar a viola no saco,
Pois
Se a luta for um fiasco,
Você não se compromete.
Mas colhe os louros,
Usufrui da glória
Que seu companheiro que foi à luta,
Se arriscou, e pagou caro
(Às vezes, com o próprio sangue)
Lhe garantiu...
Mas isso já é outra história...
Vanda Felix

sábado, 25 de novembro de 2017

O vulto





Veja!!!
O vulto.
Sinta o vento.
Há volta???
Vanda Felix


Maria




Há de chegar o dia,
Maria,
em que me olhe com carinho
e sorria.
Há de chegar esse dia!
Há de chegar o dia,
Maria,
em que nos faremos companhia,
e se iluminará o rosto seu
com o brilho da alegria.
E, quando chegar esse dia,
doce e amável Maria,
o medo dará lugar à ousadia
e a descrença se fará fantasia,
o mundo se fará mais bonito,
por sua causa, Maria,
pois sua irradiante alegria,
que a todos contagia,
há de se fazer permanente
em todos os momentos do dia,
doce e meiga, Maria...
Vanda Felix

terça-feira, 21 de novembro de 2017

Aquelas cartas


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E durante todos os dias
ela escreveu 
cartas de amor...
Cartas intensas,
recheadas de 
romantismo
e tesão.
Cartas extensas
detalhando
cada sentimento,
cada emoção.
O romance acabou,
afinal, nada é eterno,
mas, dentro de si
o sentimento cresceu
e, sobre isso, 
ela também escreveu.
Sobre o coração magoado,
sobre o orgulho ferido
e sobre a saudade
daqueles dias vividos..
E as cartas
foram se acumulando,
pois não havia
quem as lesse.
Pilhas e pilhas,
por anos a fio,
até que num inverno,
numa noite de muito frio,
dominada por grande tensão,
tomou uma decisão
e uma atitude certeira:
aquela pilha de cartas
virou uma grande fogueira,
que, além de aquecer-lhe o corpo, 
livrou sua alma e coração
daquelas lembranças doídas, 
que eram sua prisão.
Vanda Felix

terça-feira, 14 de novembro de 2017

Duo


E, de repente, a infância já vai tão longe!
Acena com uma das mãos
pois tem a outra ocupada
a segurar esperança
e sonhos...
E, de repente, a maturidade se aproxima
e nos estende uma das mãos
pois tem a outra ocupada
a segurar planos
sonhos
e esperanças.
Tal qual a distante criança,
a mulher madura traz consigo
as promessas do mundo,
as ilusões da alma,
e planos para um futuro
Breve,
próximo.
Os passos, antes ousados,
hoje, cautelosos,
miúdos.
A criança saltitante,
a mulher elegante.
A criança radiante,
a mulher sóbria.
Duas faces,
dois momentos.
Uma só história.
Vanda Felix

quarta-feira, 8 de novembro de 2017

A louca



Imagem relacionada


Nem sempre
sensata.
Ao contrário,
instintiva
e inspirada
(dirão, alguns,
que mesmo
"pirada"!)...
Busco, no entanto,
ser sempre coerente,
equilibro o que penso
e o que faço,
equalizo minhas razões
e meus sentimentos.
Faço o que gosto,
o que quero,
o que creio.
De amar muito
não receio.
Falo com bichos,
me desabafo com flores,
confesso às estrelas
todos os dissabores,
faço da Lua
minha confidente
e sua discrição
me faz confiante,
pois ela me entende
e não me censura.
Para os ditos "sensatos"
é isso loucura,
mas não me importo
com o que pensam os outros,
sou bicho do mato
que se cria solto,
ou "a louca da vila"...
Falo a língua das pedras,
canto a canção dos riachos
mesmo que meu mundo
vire de cabeça para baixo.
Sou amada 
e odiada
na mesma medida.
A louca e a santa
convivem em harmonia
dentro do meu ser.
Tantas vezes julgada,
quase sempre,
incompreendida,
vou seguindo em frente,
aproveitando o possível
melhor que me dá a vida...
Vanda Felix


quarta-feira, 4 de outubro de 2017

Decisão

Seu egoísmo
disfarçado de indecisão
nos afasta...
Nos torna estranhos.
Dizer que me ama
é agarrar-se a uma falsa tábua
de salvação.
É assegurar-se
para tempos de nebulosidade.
Em nenhum momento
luta
pela nossa felicidade,
que sei ser possível.
Vai me perder
pelo medo de perder,
me deixando ir,
aos poucos.
Água escorrendo
entre seus dedos...
Se preciso for,
eu vou
(embora, ou até você,
escolha!).
Não nasci para ser amarra.
Mas, meu coração fica!
Despedaçado,
mas fica...
Fez morada nas suas lembranças,
alimentado por falsas esperanças
que insistiam em parecer reais.
Vai...
Segue seu caminho seguro,
sem graça, mas sem riscos.
Eu, cá fico
com meu infortúnio
de haver amado sozinha,
mas de consciência limpa
e cabeça erguida
por ter sido autêntica,
fiel e
intensa...
Vanda Felix

segunda-feira, 25 de setembro de 2017

Tenho desejo

Meu desejo
é tê-lo de volta
(Embora nunca
estivesse aqui,
por completo)
com as mensagens de bom dia,
com as promessas de amor,
com nossas longas
noites de desejo,
sem pressa,
sem partida...
Quero nossas saídas
sem destino,
assistir juntos
a um filminho bobo,
qualquer,
somente a pretexto
de poder me deitar
no seu colo,
e rir das trivialidades
com a leveza
dos inocentes.
De contar-lhe como foi meu dia.
Tenho desejo
de que se importe comigo
e me acolha em seus braços
quando me sentir em perigo.
Necessito
sentir que sou querida
por você,
a quem quererei
por toda a vida...
Vanda Felix

sexta-feira, 22 de setembro de 2017

Quintal de Vó

Quintal de Vó é lugar único,
É lugar mágico.
Nele cabem todas as histórias,
Todas as lendas
Que os mais velhos contam
E das quais
Os mais novos se admiram.
Quintal de Vó é mar revolto,
Que agita o barco
Em que a criançada navega.
Tem peixe🐟, tubarão 🦈,baleia 🐋...
Ah! E tem piratas ☠️
Numa nau assombrada ⛴️
Que tira o sono
Da criançada.
Quintal de Vó tem doce,
Tem fruta no pé
Pra gente pegar a qualquer hora.
Tem acampamento⛺,
Sem perigo de ataque de urso🐼.
Tem fantasma 👻 bonzinho,
Tem gênio do mau,
Tem bruxa,
Mas também tem fada.
Quintal de Vó é lugar de saudade,
Que deixa o peito apertado
Mas com gosto de satisfação na boca
Porque a infância foi bem vivida
E pela graça de ter tido
A presença da Vó amada...
Vanda Felix


Curiosidade: A história do piso de caquinhos das casas paulistas

Pode algo quebrado valer mais que a peça inteira? Aparentemente não. Mas no Brasil já aconteceu isto, talvez pela primeira vez na história da humanidade. Vamos contar esse mistério.
Foi na década de 40 / 50 do século passado. Voltemos a esse tempo. A cidade de São Paulo era servida por duas indústrias cerâmicas principais. Um dos produtos dessas cerâmicas era um tipo de lajota cerâmica quadrada (algo como 20x20cm) composta por quatro quadrados iguais. Essas lajotas eram produzidas nas cores vermelha (a mais comum e mais barata), amarela e preta. Era usada para piso de residências de classe média ou comércio.

Foto Mika Lins
No processo industrial da época, sem maiores preocupações com qualidade, aconteciam muitas quebras e esse material quebrado sem interesse econômico era juntado e enterrado em grandes buracos.
Nessa época os chamados lotes operários na Grande São Paulo eram de 10x30m ou no mínimo 8 x 25m, ou seja, eram lotes com área para jardim e quintal, jardins e quintais revestidos até então com cimentado, com sua monótona cor cinza. Mas os operários não tinham dinheiro para comprar lajotas cerâmicas que eles mesmo produziam e com isso cimentar era a regra.
Certo dia, um dos empregados de uma das cerâmicas e que estava terminando sua casa não tinha dinheiro para comprar o cimento para cimentar todo o seu terreno e lembrou do refugo da fábrica, caminhões e caminhões por dia que levavam esse refugo para ser enterrado num terreno abandonado perto da fábrica. O empregado pediu que ele pudesse recolher parte do refugo e usar na pavimentação do terreno de sua nova casa. Claro que a cerâmica topou na hora e ainda deu o transporte de graça pois com o uso do refugo deixava de gastar dinheiro com a disposição.

Agora a história começa a mudar por uma coisa linda que se chama arte. A maior parte do refugo recebida pelo empregado era de cacos cerâmicos vermelhos mas havia cacos amarelos e pretos também. O operário ao assentar os cacos cerâmicos fez inserir aqui e ali cacos pretos e amarelos quebrando a monotonia do vermelho contínuo. É, a entrada da casa do simples operário ficou bonitinha e gerou comentários dos vizinhos também trabalhadores da fábrica. Ai o assunto pegou fogo e todos começaram a pedir caquinhos o que a cerâmica adorou pois parte, pequena é verdade, do seu refugo começou a ter uso e sua disposição ser menos onerosa.

Mas o belo é contagiante e a solução começou a virar moda em geral e até jornais noticiavam a nova mania paulistana. A classe média adotou a solução do caquinho cerâmico vermelho com inclusões pretas e amarelas. Como a procura começou a crescer a diretoria comercial de uma das cerâmicas descobriu ali uma fonte de renda e passou a vender, a preços módicos é claro pois refugo é refugo, os cacos cerâmicos. O preço do metro quadrado do caquinho cerâmico era da ordem de 30% do caco integro (caco de boa família).

Até aqui esta historieta é racional e lógica pois refugo é refugo e material principal é material principal. Mas não contaram isso para os paulistanos e a onda do caquinho cerâmico cresceu e cresceu e cresceu e , acreditem quem quiser, começou a faltar caquinho cerâmico que começou a ser tão valioso como a peça integra e impoluta. Ah o mercado com suas leis ilógicas mas implacáveis.

Aconteceu o inacreditável. Na falta de caco as peças inteiras começaram a ser quebradas pela própria cerâmica. E é claro que os caquinhos subiram de preço ou seja o metro quadrado do refugo era mais caro que o metro quadrado da peça inteira… A desculpa para o irracional (!) era o custo industrial da operação de quebra, embora ninguém tenha descontado desse custo a perda industrial que gerara o problema ou melhor que gerara a febre do caquinho cerâmico.

De um produto economicamente negativo passou a um produto sem valor comercial a um produto com algum valor comercial até ao refugo valer mais que o produto original de boa família…

A história termina nos anos sessenta com o surgimento dos prédios em condomínio e a classe média que usava esse caquinho foi para esses prédios e a classe mais simples ou passou a ter lotes menores (4 x15m) ou foram morar em favelas.
Colaboração: João Paulo de Oliveira


quinta-feira, 14 de setembro de 2017

Olhei

Olhei
o que não devia ter olhado.
Acabei vendo,
o que não queria ter visto.
Doeu,
porque ainda está machucado.
Sofri
o que deveria estar superado...
Mas não está!
A borracha do tempo
não foi capaz de apagar.
O Doutor Tempo
não foi capaz de me curar
a alma,
que sofre,
que sangra,
que chora,
pois ama,
e ama,
e ama...
E quer de volta
o que nunca foi seu,
e quer consigo
o amor
que nunca lhe pertenceu.
Vanda Felix

segunda-feira, 11 de setembro de 2017

Maledicência



A faca afiada
corta a carne,
corta o pão.
A língua descontrolada 
fere a alma,
rasga o coração.
A boca fala
o que a mente ordena,
ora absolve,
ora condena.
Mata, aos poucos,
o inocente,
enfraquece,
faz doente.
A falta de foco, 
o olhar distorcido,
o confuso processo mental
(a serviço do mal),
a ilusão de ótica,
o mal-entendido
tornam réu
quem nunca foi bandido.
Palavras mal-faladas,
mal-escritas
tornam-se malditas,
maledicentes.
Destroem amizades,
amores,
vidas.
Abrem feridas
profundas,
por vezes,
eternas,
que jamais cicatrizam,
ficam abertas,
insuportavelmente doídas...
Cuida de manter em repouso
a língua inquieta
e a mente delirante
e imprudente.
Na dúvida, cala-te!
Na dúvida, esqueça.
Abre mão de criar fatos
apenas possíveis
no teu imaginário.
Não divagues,
não inventes,
não acrescentes,
não seja insensato.
Domina-as 
(a língua e a cabeça)
antes que te dominem
o corpo,
as vontades,
os atos...
Vanda Felix

quarta-feira, 23 de agosto de 2017

Coração desavisado



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Encontros,
reencontros,
desencontros...
Felicidades efêmeras,
emoções fortes,
porém passageiras....
Saudades latentes,
renitentes,
reincidentes.
Ideias e palavras
que dançam na mente,
milhares de "ais"
sufocados no peito,
aprisionados na garganta.
Vontade de ficar,
desejo de que fiques,
urgência em partir.
Angústia da ausência,
já logo sentida,
ainda em presença.
O saber-se, em breve, distante,
acelera o instante
de estarmos apartados,
pelo destino, separados,
mas nunca esquecidos,
um ao outro, ligado
por destino ou escolha
do desavisado coração...❤️
Vanda Felix

sábado, 19 de agosto de 2017

Poesia do mundo




A poesia grita em mim.
Me acorda de madrugada
pedindo para ser libertada.
Às vezes alegre,
às vezes sofrida,
quase sempre apaixonada.
Expressando sentimentos
íntimos,
eternizando momentos
únicos...
Manifesta revolta,
revida desaforos.
Palavras que dançam na mente,
saltam para o papel
e, de lá, atravessam as páginas
e pulam para as redes,
onde passam a ser do mundo.
Vanda Felix

terça-feira, 15 de agosto de 2017

Desembarque



Concebido aqui,
parido acolá.
A gestação
desenvolveu-se nos trilhos
de uma estrada férrea,
saltando de um vagão ao outro
de um trem em movimento.
Puseste em risco a cria,
planejada com amor,
afeto e cuidados.
Agora, a incerteza dos sentimentos,
outrora tão convictos.
A incerteza do destino,
em mil planos desenhados.
A perda,
a frustração,
o luto.
Mas o coração segue seu caminho,
mesmo já tão cansado
de suas escolhas erradas,
de seu futuro incerto,
de seu amor renegado.
A estação de desembarque
há muito deixou de ser aquela
para a qual compramos passagem.
Vanda Felix

sábado, 12 de agosto de 2017

Porque hoje acordei com quinze anos...

Porque hoje
Acordei com quinze anos...
A vida me sorriu
E me acordou
Com um luminoso
E ardente
Sol na cara.
Porque hoje
Acordei com quinze anos...
Senti vontade de me produzir,
Caprichei no "look"
E vesti um sorriso
Largo e contagiante,
Como há muito não sorria.
Porque hoje
Acordei com quinze anos...
As pessoas
(Mesmo as mais ranzinzas)
Me pareceram mais cordiais,
E senti imenso prazer
Em retribuir cordialidade
A todos,
Indistintamente.
Porque hoje
Acordei com quinze anos...
Mesmo do alto
Dos meus mais de três vezes quinze,
Sinto-me alvorecer para a vida,
Com oportunidades
Únicas
Que me são dadas
A cada nascer
De um novo dia.
Vanda Felix

quinta-feira, 10 de agosto de 2017

Caminhos



Pés
Suspensos no ar,
Não conseguem
Tocar o chão...
Mundo, vasto mundo
A conquistar,
Trilhas,
Atalhos;
Olhares perdidos
Na imensidão.
Qual destino
Os aguarda?
Qual futuro
Nos aguarda?
Tantas histórias
A escrever;
Áridos sertões
A desbravar,
Mil aventuras
Para viver.
Pés
Que nos levam
Ao infinito,
Que os caminhos
Percorridos
Não sejam apenas
Os mais bonitos,
Nem os mais fáceis,
Mas os mais promissores,
Cheios de paradas
Agradáveis
(Obrigatórias, também!),
Onde a felicidade
Nos faça reféns do bem...
Vanda Felix


Um dia, hoje, não!



Um dia, hei de organizar as coisas,
pôr ordem na casa,
organizar a vida...
Um dia,
hoje, não!
Um dia,
quando meus pensamentos
não forem mais confusos,
vou pôr as coisas no lugar
(cada qual em seu devido lugar).
Um dia,
hoje, não!
Um dia, vou estabelecer regras viáveis
de serem seguidas
(e vou segui-las, prometo!).
Um dia,
hoje, não!
Hoje, quero seguir meus instintos,
deixar me guiar
por este coração desordenado
e sem juízo...
Mas, um dia...
Deixa pra lá!
Um dia penso nisso,
hoje, não!!!
Vanda Felix

quarta-feira, 9 de agosto de 2017

Todas as respostas



Quanto cabe no seu mundo?
Acaso, faço dele parte?
Quanto cabe?
Quanto permites que entre?
Há alguma senha secreta?
Passaporte especial?
Até que ponto
tu me captas?
Compreendes a dimensão do que nos une?

Tantas dúvidas,
tantos questionamentos
e todas as respostas
guardadas dentro de ti,
a sete chaves,
com corrente e cadeado de segredo.

Mas sei que seu coração é imenso!
Nele cabem todos os mundos!
Nele me cabe
e quando se abre
eu adentro sem pedir licença
e me aposso
pois sei que posso,
mesmo sem palavras,
preenchê-lo com minha presença.
Vanda Felix

Tijolinhos





 Os tijolinhos da minha fortaleza
Não são de argila
Nem de concreto.
São de carne, osso
E sentimentos.
Não se unem com cola
Nem argamassa
Mas com afeto,
Respeito 
E muito,
Muito amor!
Nela (na minha fortaleza)
Não há portas trancadas.
As pessoas entram
Quando e como queiram.
E saem, se sentirem necessidade.
Em geral, preferem ficar.
Faço o possível
Para que se sintam abrigados
(Jamais "obrigados"!).
Os tijolinhos da minha fortaleza
São minha base, 
Meu sustento,
Meu chão,
Meu teto,
Minha proteção.
Os tijolinhos,
Que constituem minha fortaleza,
Não são uniformes,
Não são padronizados,
Mas são harmoniosos
E têm muita afinidade.
São a razão do meu viver
E da minha felicidade!
Vanda Felix


Retomada

 Há tempos não percorria estas páginas... deu até saudade, agora! É que a vida anda tão atribulada, tão conturbada, que meus hábitos mais re...