Por que insistir
num querer que não me quer?
Ou, pelo menos,
que não me quer
da maneira
como eu quero
que me queira?
Por que esperar
uma espera
tão sem esperança?
Um raiar de sol
que não acontece?
Um fim de noite
infindável?
Como romper o ciclo
de uma vida viciada,
cheia de recaídas,
em te seguir com o olhar,
em te desejar à distância?
Logo tu,
ser inatingível!
Ter-te ao alcance das mãos
e ver escoar
por entre os dedos,
como areia fugídea,
ou água
que não se retém?
Como não sofrer
tua longa ausência,
e vibrar
com tua efêmera presença,
que traz luz ao meu olhar,
sangue novo às minhas veias,
realiza o meu sonhar?
És a luz do meu caminho,
razão do meu viver,
bem sabes disso...
Mas, não atendes meu chamado,
não ouves minhas preces,
esquivas-te de mim, amado!
Condenas-me ao vazio e à solidão,
de esperar-te uma vida,
pois meu tonto coração,
em que só há lugar para ti,
não mais dará guarida
a qualquer outra ilusão
que não seja esperar
em ter-te comigo, aqui!
Vanda Felix
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