segunda-feira, 19 de abril de 2021

Ponto


 

Nosso ponto 

De encontro 

Hoje é um ponto 

De interrogação. 

Depois de tanto desacerto, 

Desencontro, 

Desconcerto 

E desperdício 

De tempo,

Não há tempo 

Para encontros. 

Meus cabelos 

Já estão brancos 

E meus olhos turvos 

Pelo sono. 



Já não durmo, 

Já não penso, 

Já não sonho, 

Já não amo. 

Não há tempo, 

Não há clima. 


 Já não sou 

Mais tão menina, 

Nem senhora 

Dos meus rumos. 

Sou alma solta no vento, 

Sem assento, 

Sem destino. 



Sinto o passar dos anos, 

Sinto o peso 

Do meu tempo. 

Dói na alma 

A lembrança 

Da criança 

Que sonhava, 

Mas não pode 

Viver o sonho. 



Perdeu a parada, 

Perdeu o ponto... 

Perdeu o encanto 

Pela vida 

Que podia 

 Ter vivido. 



Se perdeu 

Num labirinto 

 De enganos 

 E ilusões. 

Ponto cego. 

Ponto morto. 

Mar revolto 

Foi seu destino. 



Longe do porto, 

Sem carinho, 

Sem conforto...

Vanda Felix

3 comentários:

  1. Este comentário foi removido por um administrador do blog.

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  2. Parabéns! Você sempre me deixou feliz com seus belos poemas. Eles são pontos de luz iluminando o universo literário!

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