Perdi o fio da meada,
Também o fio da navalha.
Perdi o trem da História,
Já não estou certa de onde vim,
Menos ainda,
De para onde estou indo.
Sei, apenas deste instante...
Cada sonho, que sonhei,
Já se vai além,
Tão distante.
Vidas paradas,
Vidas interrompidas,
Fome, desespero, medo
São motores de nossos dias.
Deixamos de viver,
Plenamente,
E forçados fomos
A sobreviver...
Um dia, de cada vez,
A cada instante,
Inúmeras vidas perdidas,
Já não temos voz nem vez,
Nem mais direito
A despedidas.
Chegamos ao mundo sozinhos
E, solitários, dele partimos.
Perdi o fio da meada,
Mas não perdi a memória,
Tampouco, perdi a esperança
De novos dias de glória.
Podemos fazer a diferença,
Podemos fazer nova revolução
E recuperar a caneta
Pra reescrever nossa História.
Vanda Felix
Nenhum comentário:
Postar um comentário