É cilada:
Promessa de amor eterno,
Cebola crua na salada,
Doce de jiló
Ou de chuchu,
Ver o sofrimento alheio
E não se sentir tocada,
Presenciar injustiça
E ficar calada,
Poder
E não fazer nada...
É cilada,
Fingir normalidade
Em tempos de pandemia,
Não aprender a ter empatia,
Julgar-se acima do bem e do mal,
Pensar-se imune
A todas as mazelas do mundo.
É cilada
Aguardar que as coisas caiam do céu,
Esperar por milagres
Sem fazer o que lhe cabe,
Desdenhar do conhecimento acumulado
Ao longo da história da Humanidade,
Disseminar ódio,
Rancor e maldade
Pois a cria
Pode voltar-se contra o criador,
E ninguém,
Por melhor que se julgue,
Está imune
Ao sofrimento e à dor.
Vanda Felix
Saudações mãos na massa.
ResponderExcluirMuito bom Vanda, a poesia nos toca pelo sensível e apenas ele atinge a razão.
ResponderExcluirAs ciladas dos dia a dia. Daqueles que pedem a mão e depois degolam os sentimentos. As ciladas de Deus e do Diabo. Precisamos das boas ciladas de anjos poetas, que podem nos surpreender com palavras maravilhosas como estas. Te amo.
ResponderExcluirEmpatia e não ódio. Seu poema vai na linha daquele que acabei de te mandar. Poetas são necessários pra externar nossas dores.
ResponderExcluirMaravilhosa!!!
ResponderExcluirParabéns!
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