domingo, 3 de fevereiro de 2019

Lei do retorno




A presença não notada,
A ausência não sentida,
Pequenos rasgos na alma,
Que se tornam grandes feridas.
Ou a gente se torna indiferente,
Ou sofre por toda vida.
Um aceno,
Um sorriso,
Um aperto de mão negados,
São golpes desferidos
No velho corpo cansado.
Dar as costas a uma história
Que se tentou escrever,
Apagar, de vez, a memória,
É difícil,
Mas é assim
Que deve ser.
Ser diferente entre os iguais
É quase crime hediondo.
O desprezo,
O escárnio,
O sarcasmo
Ferem mais que punhal novo.
O feio,
O pobre,
O preto,
O gordo,
O gay,
O velho,
O doente
Não são tratados como gente
Por aqueles que se julgam
Mais gente
Que a própria gente.
Acordei nauseabunda,
Enojada desse mundo
E dessa gente imunda,
Que se julga mais que os outros.
Vou me livrar desse enjoo
Vomitando toda a ira,
Todo o desprezo que sinto
Por essa gente sem princípios,
Sem sentimento de empatia,
Sem a mínima simpatia
Pela dor que o outro sente.
Vou me livrar desse mal,
Que tão mal a mim me faz,
Pois a mim, tanto faz,
Estarem por perto ou longe.
Vou tratá-los com deferimento,
Com a habitual simpatia,
Vou levar meu dia a dia,
Sem deixar que me atinjam.
O que é deles está guardado,
Vai voltar redobrado,
Pois aqui se faz, aqui se paga,
E a vida sabe cobrar...
Acredito na lei do retorno,
E o que gira em nosso entorno,
Somos nós que atraímos.
Quero atrair coisas boas,
Portanto, o bem, hei de fazer!
É certo, que o Universo conspira...
Se contra, ou a favor,
É você que o inspira
Por meio de sua postura.
Por isso, para e respira,
Absorva as coisas boas
E não pira,
Que nada vem por acaso.
Vanda Felix

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