terça-feira, 18 de dezembro de 2018

Sorte lançada


O "bamba" bambeia,
Também titubeia
Na corda bamba.
Com a corda no pescoço
Está o velho,
Está o moço
(Todos no fundo do poço!)...
Mergulha na fossa
Como fosse piscina
(Triste sina,
Essa nossa!).
A pagar pelos erros de outrem...
Não fui eu,
Não foi ninguém;
Todos no mesmo barco,
Afundando em meio ao charco
De lama e lodo,
Lodo e lama...
Vê se aceita
E não reclama.
A sorte foi lançada
(Azar o meu,
Azar o seu)
E será comum a todos
(Aos tolos,
Aos inocentes,
Aos saudáveis,
Aos doentes)...
A sorte não discrimina,
Mas o preconceito contamina,
Elimina
O fraco,
O diferente,
O feio.
Estamos todos no meio
Desse imenso e fundo lamaçal
Que nos engole vivos.
Vanda Felix

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