terça-feira, 5 de junho de 2012

Gêmeas?!

          "Na minha memória, tão congestionada e no meu coração tão cheio de marcas e poços você ocupa um dos lugares mais bonitos". (Caio Fernando Abreu)
 (Às aniversariantes do dia, minhas queridas irmãs Claudia e Claudete
com carinho...)



          Imagino o susto, a surpresa e a felicidade que devem ter invadido a alma de minha mãe quando, há 37 anos, preparada por nove meses para a chegada de seu bebê, deparou-se com, ao invés de uma, duas crianças gorduchas, chorosas e famintas em seus braços! Imaginem então, o meu, criança de apenas quatro anos que, ao invés de uma, recebe duas novas bonecas! Fatos hoje previsíveis e até corriqueiros, mas que, quase quatro décadas atrás tomavam de assalto famílias inteiras... Idos tempos em que se podia contar sempre com o elemento surpresa, até mesmo em relação ao sexo dos pequerruchos, hoje trivialmente revelados por meio de recursos tecnológicos, cada vez mais sofisticados, que, brevemente nos tornará possível até mesmo admirar a cor dos olhos do (ou dos) esperado(s) ser(es)...
          Mas o fato é que me recordo com nitidez da chegada de minha mãe à casa de minha avó, com quem fiquei durante sua internação, trazendo nos braços duas lindas moreninhas, lindas bonecas, embaladas em mantas de crochê, sentando-se à beira de um poço que abastecia a casa, com as duas ao colo e apresentando-me minhas novas companheirinhas, pelas quais nutro até hoje a mesma admiração sentida naquele primeiro encontro!
Muito mágico tudo isso!!
          Hoje, duas mulheres maduras, bem resolvidas, mães de lindas meninas, mas distantes (ambas) de mim! Nem pude parabenizá-las pessoalmente! No entanto, ouso fazer uso das belas palavras abaixo, tratantes de outras duas gêmeas, companheiras minhas do cotidiano, mas homenagem às duas gêmeas mais queridas da minha vida... Beijos saudosos a ambas!
Vanda Felix

"IRMÃS GÊMEAS'


A solidão é minha companheira.
Um dia bateu a minha porta
E veio morar comigo.
Ela me acompanha,
Embora não seja boa companhia,
Segue os meus passos pela vida,
Vai aonde eu vou
E jamais me abandonou...

Ela é irmã gêmea da saudade,
Andam sempre juntas.
Quando entes queridos
Encontram a separação,
Uma não vive sem a outra,
A primeira castiga
E a segunda causa dor...

Começam com a mesma letra
E o mesmo número possuem.
São sete letras apenas,
Uma nos acompanha
E causa curtição,
A outra busca seu abrigo
No âmago do coração...

Olympiades G. Corrêa


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