quarta-feira, 23 de março de 2022

Escultura

 Escultura


Modelei tua face no barro

Que ficou, após a chuva passageira

(Tão efêmera quanto você).


Queria ter para sempre

Teu rosto na minha lembrança. 

Mas, o sol forte do verão 

Trincou teu rosto, 

Fê-lo caco,

Depois, pó, 

Depois, nada...


De concreto, nada ficou.

Apenas a memória, 

Ainda viva,

De tua imagem,

Da tua sonoridade,

Do teu cheiro

Em minhas mãos.


Mãos que te cuidaram

Carinhosamente,

Em instantes que somente

Tinhas a mim, por companhia,

Te zelando, noite e dia,

Com afeto, sem cobranças 

E te guarda na lembrança 

Como dádiva divinal.

Vanda Felix




Nenhum comentário:

Postar um comentário

Retomada

 Há tempos não percorria estas páginas... deu até saudade, agora! É que a vida anda tão atribulada, tão conturbada, que meus hábitos mais re...