quinta-feira, 2 de dezembro de 2021

Coração aberto

Como falar de mim,

Sem tocar em feridas

Abertas,

Latentes,

Onde o sangue pulsa quente, 

Ainda?


Como falar de mim, 

Sem mencionar dores, 

Horrores

Presenciados,

Vividos,

Sentidos

E ainda vivos

Na memória 

Que teima em trazê-los à tona,

Quando a mente,

Já cansada

Busca o esquecimento?


Somos humanos,

Tanto quanto,

Não me causará espanto

Conhecer tuas fraquezas.

Não fiques "cheio de dedos",

Podes falar-me de seus medos,

Sem medo de repressão.


Ler-me é habilidade para poucos,

Reler-me é ato de resistência...

Leio-me e releio-me cotidianamente,

Buscando aperfeiçoamento, 

Mas, nunca, a perfeição. 



Sou falha,

Sou fraca,

Sou frágil, 

Mas não sou frouxa.

Até faço papel de trouxa, 

E me embrulham em papel de pão, 

Mas não me perco dos meus credos, 

Não me perco da razão.


Eu e tu

Somos humanos,

Sujeitos a erros e enganos,

Mas, nem por isso,

Os piores

Nem os melhores do mundo.

Por isso,

Podes fiar-se

Que, se puder ajudar-te,

O farei, sem hesitação. 


Estou de braços abertos

Para um conforto, um afeto,

Como aberto

Sempre está meu coração. ❤ 

Vanda Felix




Um comentário:

  1. Que lindo!!! Como sempre profundo e verdadeiro. Você esmiúça a condição de ser humano falando das mazelas inerentes a cada um de nós. Amei.

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