Acordei plena e "dona do mundo".
Ainda bem cedo, antes do raiar do sol, pus-me de pé e a caminho. Ruas vazias, ruas todas minhas... Vias, vielas, cruzamentos, desvios...
Sensação de liberdade gostosa.
Vento no rosto, disposta a "caminhar" pelas estradas que se abriam à minha frente.
Ora, se, por "caminhar" entende-se "percorrer um caminho", saí a caminhar no interior do meu carro, coisa que raramente tenho feito, que pouco tenho me permitido...
E caminhei, caminhei ao encontro do desconhecido, do improvável, do mistério que é o instante seguinte. E, surpreendentemente, não senti a companhia do medo, esse parceiro indesejável que, há tempos casou-se comigo. Sinto que hoje selei este divórcio, e vi as estradas, que bem queria de flores ao invés de asfalto, abrirem-se à minha frente dando-me a opção do infinito...
E, nele, mergulhei de cabeça. De braços abertos e alma liberta, repleta de ousadia e coragem de ser quem eu sou em essência, a despeito do que, involuntariamente tenha sido...
Vanda Felix
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