quarta-feira, 13 de março de 2019

Do nada ao nada...



O grito silencioso
Da minha alma
Sangrenta
É apenas audível
Aos corações sensíveis.

Na cadência
Das lágrimas
(Mudas)
Meus olhos
Marejados
Falam ao mundo.

O corpo imóvel
Se agita
E grita
De dor e de frio.
Está oco, vazio...

Preciso de alento,
Apoio,
Consolo.
Nem sei se estou viva,
Ou parti deste mundo...
O corpo cá está,
Mas a alma
(Esta, perdida)
A vagar pela vida
Sem eira, nem rumo.

E o coração que fala,
Se humilha 
E implora
Migalhas de afeto,
Carinho e atenção
Que não me alimentam.

Não sei mais quem sou,
Não sei quem eu fui.
Sem força ou coragem
Não quero ser nada.
Encerrei a hornada
Que a vida me impôs.

Do nada, ao nada,
Regresso, sem medo.
Não tenho segredos
Nem ambições.
Passei pela vida,
Mas não
Sem tê-la vivido.
Servi para nada?
Não quero crer nisso...
Cumpri minha jornada,
Honrei meu compromisso.
Ninguém passa incólume
(Por menos que faça)
Sem ter contribuído.
Vanda Felix

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