quinta-feira, 16 de julho de 2015

Entre bolas e televisões - por Ana Carolina Felix

     Sempre gostei do jeito que minha sobrinha Ana Carolina escreve, e sempre insisti para que ela publicasse suas histórias, mas ela... sempre relutante!
     Acontece que, há umas duas semanas, estávamos todos  aqui, em casa, num fim de tarde, quase noite, e "Carol", sentindo-se entediada, começou a "azucrinar" seu pai para sair...Rsrs.
     Robson, seu pai, então, sugeriu-lhe que fizesse um desenho para distrair-se. Isso a manteve distraída por alguns instantes, mas, tão logo o concluiu, retornou à inquietação inicial...
     Foi então que, veio-lhe à ideia, escrever uma história sobre seu desenho.
     A história ficou tão boa que, dessa vez, nem precisei sugerir. Ela própria, após fazer a leitura, pediu-me que a publicasse aqui no blog.
     Ei-la para deleite de todos!
Vanda Felix



Entre bolas e televisões

    Eles se encontravam numa ilha realmente muito pequena e sua única fonte de alimento era um coqueiro com quatro ou cinco cocos em seu topo. Sentiam a morte se aproximando...
Foi um trágico acontecimento que os levou até esse destino. Eram tripulantes do Titanic...
Depois do naufrágio, se apoiaram em uma cama que flutuava e seguiram remando, remando...        Viram a dor, famílias sendo destruídas, a agonia e a coragem desses companheiros; eles viram Jack morrer...
     Desesperados e exaustos, Tinky Winky e Tom Hanks não tiveram outra escolha que não morrerem náufragos: eles precisavam construir um barco com o tronco do coqueiro, a única madeira disponível na ilha! Por sorte, Tinky Winky havia retirado do navio o machado que Rose usara para quebrar as algemas de Jack, que se encontrava preso, enquanto o navio afundava. Já Hanks trouxera apenas uma bola de vôlei, à qual dera o nome de Wilson, em homenagem a seu melhor amigo.
     Foram tempos árduos. Os cocos acabaram em poucos dias, porém, Tom, muito habilidoso, fizera uma ótima vara de pescar e logo adquiriu a prática de pegar grandes peixes.
Aquele coqueiro era realmente fantástico: com as cerdas das cascas de seus cocos, Tinky produziu grandes cordas, as quais usaram para amarrar as tábuas extraídas do tronco do coqueiro e, com elas, construíram sua pequena embarcação...
     Finalmente pronto o barquinho ... Apenas para um!
o coqueiro? Nem existia mais... Apenas em suas lembranças...
Partiriam pela manhã em busca de civilizações. Então, comeram todo seu estoque de peixes, de atum in natura à sushi de baiacu, sem deixar nada, pois, o que fosse necessário, pescariam na viagem de volta para casa.
   No dia seguinte, embarcaram, se prepararam e se puseram ao mar... Mas o barco afundou. Não suportara o peso de Tom, sua bola, Winky e vinte peixes em seu estômago. Eles ficaram em pânico com a situação. Olharam um para o outro, e viram o terror em seus olhos. Não sabiam o que fazer, até que Tinky atirou a primeira pedra...
   Uma grande luta começou: pedradas, machadadas, boladas se sucederam nos próximos anos. Os peixes os sustentavam e a briga continuava... Estranhamente, não amanhecia mais, mas, os dois nem percebiam isso, até que alguém decidiu por um fim: Wilson deu uma flechada em Winky, que vinha, há meses, construindo uma nova embarcação com a madeira do novo coqueiro, que havia nascido e com as pedras que o mar trazia...
     Perplexo com o que via, Tom jogou a bola para o alto, dando gritos de "URRA!", enquanto o dia amanhecia. Pegou seu amigo Wilson, entrou no barco com o nada de sanidade que ainda possuía, olhou para o sol... Como o sol estava lindo! Hanks ficou encantado, vendo as ondas do mar, que lhe pareciam coloridas, junto ao sol sorridente, que o chamava...
     Ele, então, pegou seus remos, e foi para a luz.
Ana Carolina Felix de Sousa






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