quarta-feira, 25 de setembro de 2019
Árvores
Sou fruto de árvore fértil,
Frondosa,
Que a mim gerou,
Além de outros belos frutos,
Outras sementes
Que também se formaram árvores
Frutíferas
E frondosas.
Tornei-me, eu, árvore seca,
Que fruto não gera,
Que flores não desabrocham
E se desfolha
À primeira brisa
Da Primavera
(Mas, tenho raízes,
Que aqui me prendem)...
Árvore fértil,
De generosa sombra,
Que, outrora, abrigara ninhos,
Dera morada
A passarinhos,
Hoje, enverga seus galhos,
Que, um dia, tocaram o céu.
Já não mais frutifica,
Nem floresce.
Seu caule, já frágil,
Carcomido pelas pragas,
Já não tem forças
Para sustentá-la...
Mesmo eu, já me envergo,
Enfraquecida pela ação do tempo.
E, tristemente, dou-me conta
Dos frutos que não gerei,
Das sementes que não espalhei
Ao vento,
Pelos ares,
Pelos vales,
Pelos mares...
Findo o tempo
Da florada,
Que me resta?
Quase nada...
Vanda Felix
segunda-feira, 23 de setembro de 2019
Olhos e olhares
Olhos que vigiam
Ouvidos que auscutam
E na rede de vigilância
Que não me guarda
Nem me protege
Ouço passos cautelosos
Que perseguem
Os passos meus.
Cada suspiro,
Cada sopro,
Cada palavra...
Nada passa sem ser notado
(Mesmo sem ser notório...).
O cuidado que não cuida.
A sede do saber tudo
Sobre tudo o que não se sabe,
Sobre tudo o que não lhe cabe.
O olhar inquisidor,
Uma feição que desaprova.
A pressa em ser o primeiro,
Mesmo que a chegar a lugar algum!
O autor do "furo" noticiado.
O caçador que sai à caça.
A caça,
A perseguição.
Gente sem noção!
Nada tanto lhe apraz
Que a desgraça e a dor do próximo.
O que lhe dá satisfação
E o faz se sentir o máximo.
Gente que olha,
Gente que espreita,
Que ao outro não respeita.
Tenho nojo e tenho pena
Dessas almas tão pequenas.
Que Deus olhe por vocês...
Vanda Felix
Ouvidos que auscutam
E na rede de vigilância
Que não me guarda
Nem me protege
Ouço passos cautelosos
Que perseguem
Os passos meus.
Cada suspiro,
Cada sopro,
Cada palavra...
Nada passa sem ser notado
(Mesmo sem ser notório...).
O cuidado que não cuida.
A sede do saber tudo
Sobre tudo o que não se sabe,
Sobre tudo o que não lhe cabe.
O olhar inquisidor,
Uma feição que desaprova.
A pressa em ser o primeiro,
Mesmo que a chegar a lugar algum!
O autor do "furo" noticiado.
O caçador que sai à caça.
A caça,
A perseguição.
Gente sem noção!
Nada tanto lhe apraz
Que a desgraça e a dor do próximo.
O que lhe dá satisfação
E o faz se sentir o máximo.
Gente que olha,
Gente que espreita,
Que ao outro não respeita.
Tenho nojo e tenho pena
Dessas almas tão pequenas.
Que Deus olhe por vocês...
Vanda Felix
sexta-feira, 13 de setembro de 2019
Falar, falar, falar...
Dizem que em boca fechada
Não entra mosca,
Mas também não saem ideias.
Essas, ficam sufocadas,
Aprisionadas na garganta
Ou fervilhando na cabeça.
Causam ansiedade,
Sufocamento,
Tristeza,
Insanidade...
Melhor engolir umas mosquinhas,
Desde que pequenininhas,
Do que sapos inteiros.
Melhor extravazar
Do que se asfixiar
Com o não dito,
O não exposto,
O não gritado...
A boca é nossa válvula de escape.
Nos permite mostrar ao mundo
O que nos corrói por dentro,
O que nos consome as entranhas.
Nos permite pedir socorro,
Sinalizar perigos
Que nos rondam
Ou a outrém.
Guardamos o que convém,
Não o que nos imputam.
A alma fala
Através da boca,
O coração se aquece
Com palavras advindas de outras bocas,
Que nos adentram os ouvidos.
Falar, falar, falar...
Alívio para alma, mente e coração.
Falar, falar, falar
Desopila o fígado,
Alivia a tensão.
Fale pela boca 👄,
Mas não pelos cotovelos.
Não fale tudo o que pensa,
Nem fale sem pensar.
A palavra é uma arma
Que pode ferir de morte
Almas frágeis,
Espíritos sensiveis.
Falar, falar, falar...
Pode ser experiência boa,
Se primar pela educação.
Pode ser ato de comunhão,
Troca,
Partilha de emoção.
Vanda Felix
Não entra mosca,
Mas também não saem ideias.
Essas, ficam sufocadas,
Aprisionadas na garganta
Ou fervilhando na cabeça.
Causam ansiedade,
Sufocamento,
Tristeza,
Insanidade...
Melhor engolir umas mosquinhas,
Desde que pequenininhas,
Do que sapos inteiros.
Melhor extravazar
Do que se asfixiar
Com o não dito,
O não exposto,
O não gritado...
A boca é nossa válvula de escape.
Nos permite mostrar ao mundo
O que nos corrói por dentro,
O que nos consome as entranhas.
Nos permite pedir socorro,
Sinalizar perigos
Que nos rondam
Ou a outrém.
Guardamos o que convém,
Não o que nos imputam.
A alma fala
Através da boca,
O coração se aquece
Com palavras advindas de outras bocas,
Que nos adentram os ouvidos.
Falar, falar, falar...
Alívio para alma, mente e coração.
Falar, falar, falar
Desopila o fígado,
Alivia a tensão.
Fale pela boca 👄,
Mas não pelos cotovelos.
Não fale tudo o que pensa,
Nem fale sem pensar.
A palavra é uma arma
Que pode ferir de morte
Almas frágeis,
Espíritos sensiveis.
Falar, falar, falar...
Pode ser experiência boa,
Se primar pela educação.
Pode ser ato de comunhão,
Troca,
Partilha de emoção.
Vanda Felix
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