do fruto proibido
da árvore proibida
de um jardim secreto
ao qual me é impedido
o livre acesso.
Então, feito fugitivo,
esgueiro-me pelas sombras,
oculto-me nas moitas
e, feito rato me aproximo,
estendo as mãos
e toco o bago aveludado
que conduzo até a boca
sorvendo o caldo adocicado.
Sacio meu desejo
apenas por instantes,
e, como dois amantes
de vida clandestina,
retomamos nossa sina
de espera e solidão
até a próxima noite
em que possamos nos amar
protegidos pela escuridão.
Vanda Felix