Solitário, astro-rei,
soberano, onipotente...
Ilumina nossos dias,
e, sem a menor cerimônia,
mas com graça e ousadia,
invade nossas vidas,
sem aviso ou permissão,
aquece-nos o coração...
Observa-nos, de longe,
surpreende-se,
surpreende-nos...
Vez ou outra, se esconde,
dá a cara, no horizonte.
Vai-se embora,
ao fim da tarde...
Em seu lugar,
deixa as estrelas,
a cuidarem da bela Lua,
sua amada,
às vezes nua...
Encantadora
e desencantada,
suspirando, apaixonada,
pelo Sol,
que tanto ama...
Em meio a tal elipse,
sem esperanças de encontrá-lo,
a não ser nos fortuitos,
furtivos,
raros e breves eclipses...
Assim somos eu e tu,
talvez menos tu que eu,
passo dias e noites a esperar-te,
na ilusão de que sejas meu...
Vanda Felix
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