Hoje estou
Especialmente cansada.
Cansada de dar murro
Em ponta de faca afiada.
Cansada de nadar, contra a maré
E, na praia, morrer afogada.
Estou, na verdade, sufocada.
Com um nó gigantesco
Que se fixou à parede da minha garganta.
Na verdade, foi minha própria língua
Que se enroscou,
Depois de bater contra meus próprios dentes.
Sinto meus olhos ardentes,
Minha bochecha enrubescida,
Estou morrendo aos poucos,
Afogada pelas lágrimas não caídas.
Para fugir
De tal destino
E amenizar a triste sina
Apago
Qualquer rasgo
De memória,
Dou fim
À toda história
Que me traga sofrimento.
Guardo em mim
As coisas boas
Que vivi,
As coisas boas
Que senti,
Das quais,
Jamais,
Me arrependi
Ou me arrependerei.
São elas o meu consolo
E minha âncora de segurança
Que restabeleça
Minha esperança
De que o tempo ruim vai passar...
Vanda Felix
Força e esperança. Está tudo bem!
ResponderExcluirQue instigando,Vanda.Uma virada pelo avesso
ResponderExcluirPoema lindo, vindo do profundo da alma!
ResponderExcluirVocê sempre me surpreende...mesmo que seja triste o poema, eu sei que vem da alma.
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