terça-feira, 24 de julho de 2018

Bolha




Faça-se a sofredora.
Feche-se em si mesma.
Feche-se em sua alcova.
Chore, grite, espeneie
Mas, por favor, sofra...
Sofra de verdade.
Faça-se merecedora de compaixão,
Se essa for sua opção.
Ou quebre, de vez as algemas
Que te aprisionam,
Arranque a mordaça
Que cala tua voz.
Você pode.
Você se deve isso.
Não espere do mundo aquilo a que você se nega.
É você quem escolhe o caminho.
Escolha de forma consciente
E siga com passos firmes.
Não olhe para trás
Se não for acenar com um "adeus",
E não coloque a culpa toda em Deus.
Somos frutos de nossas ações,
Não se prenda a esta bolha,
A bolha é frágil,
Ilusória proteção...
Faça sua escolha.
Se errar, escolha de novo
Todo tempo é tempo de recomeçar.
O segredo
É decidir sem medo.
Nada está pronto ou acabado
E nunca foi pecado
Reconhecer que tomou o rumo errado
E fazer nova trajetória.
Somos sujeitos de nossa história.
Deixemos de ser passivos,
Sonolentos.
Não andemos a passos lentos
Se necessitarmos correr...
Nossos atos são decisivos
Mas nada neste mundo,
Por perfeito ou incômodo,
É para sempre, é definitivo.
Vanda Felix.

terça-feira, 17 de julho de 2018

Cartola mágica



No bojo de sua cartola mágica
Cabe um mundo sem igual:
Cabe um coelho...
Mas não um coelho qualquer.
Cabe o coelho da Páscoa,
Que alimenta meus sonhos
Com doces fantasias de chocolate 🍫;
Cabe uma pomba branca,
Mas essa não é qualquer uma.
É uma pomba especial,
Que tem alma de mulher.
É a pomba da cantiga,
Que confidenciou à melhor amiga
Que abriu mão de um bom partido,
Candidato a marido,
Porque este cuspiu no chão
(Falta de respeito e educação!)...
E também porque ele achava
Que a roupa que ela lavava
Não estava a contento.
E ela, como mulher emancipada
Sabia-se não obrigada
A ser escrava num casamento.
Sua mágica cartola 🎩
Também esconde mil sorrisos,
Os mais sinceros e espontâneos.
Guarda nela seus melhores anos,
Acredite, é insano,
Quem não crê em suas fantasias.
Eu te acredito e dou força,
Pois também me perco nisso
De viajar em cada truque...
Vanda Felix

sexta-feira, 13 de julho de 2018

Porta entreaberta




Eu acredito
Na força de um amor verdadeiro,
Aquele que nasceu primeiro
Que sua chegada a esse mundo.
Eu acredito
Que vamos superar essa fase,
Mesmo que um pouco se atrase
A reconhecer que não vale a pena.
Amei-te antes de seres gente,
E, a cada dia, mais intensamente
Aprendi a respeitar quem és.
Verás que cometes um grande engano,
Ao desprezar todos esses anos
De carinho e afeto que vivemos.
Não atires nossa história ao lixo,
Somos gente, não somos bicho,
O perdão é a arma dos fortes!
Espero, ansiosa, sua volta,
Deixo entreaberta minha porta,
É só chegar e retomar seu lugar!
Vanda Felix


quinta-feira, 12 de julho de 2018

Re...




Reencontro.
Reconto.
Reinvenção de velhas histórias.
Relembranças.
Memórias.
Marcas no coração ❤
E na mente.
Antigas.
Recentes...
E a gente segue
Cada qual seu caminho.
Mas, lá dentro,
Na alma,
Cultivando o mesmo carinho
De sempre.
Pra sempre...
Ontem, hoje
E amanhã.
Com o frescor da maçã 🍎
E o calor do Sol 🌞,
Que nos desperta a cada manhã.

(Reencontro da velha guarda)
Vanda Felix

segunda-feira, 9 de julho de 2018

Paranapi(não)acaba






Ares de euros,
Euros ares,
Outros mares,
Ares não-solares.
Don't stop, please!
Prossiga! Por favor, não pares...

Para lá
Para cá...
Paranapiacaba.
Névoa perene,
Tudo ecobre,
Nunca acaba.
(E eu me acabo de prazer!)
Vanda Felix

quarta-feira, 4 de julho de 2018

Re-aja




Prescindo do toque suave
Do sol da manhã.
Prescindo do toque da seda,
Do toque das mãos,
Que afagam-me a face,
Aquecem meu corpo.
Toca-me teu silêncio.
Me faz ensurdecer...
Teu grito preso,
Represado
Na garganta,
Me sufoca
E me ensurdece.
Por que se cala?
Sua inépcia me abala,
Me afronta
E incomoda.
Quero que se mova,
Que assuma a direção
Que seu coração indique.
Sinta-se tocada.
Não se permita ser obrigada,
Nem calada.
Faça barulho,
Grite,
Quebre coisas.
Reaja!
Re-aja!!!
Aja.
Faça pública sua dor.
Busque ressonância,
Empatia.
Você não está sozinha.
Juntas, somos muitas,
Juntas, somos mais!
Vanda Felix

Retomada

 Há tempos não percorria estas páginas... deu até saudade, agora! É que a vida anda tão atribulada, tão conturbada, que meus hábitos mais re...