*Outrora*
advérbio
em tempos passados; no passado, antigamente.
☻/¸.•*¨✿ ❀
/▌*°˚✿ ¸.•*¨✿¸.•*¨✿
/ \˚业▂业 ✿ 业¸.•**•..¸★✿¨`• ✿✿✿
Antes, orelhões comunitários, fichas telefônicas, filas gigantescas.
Da vida de cada um, sabia-se um pouco.
Escuta,
Escuita,
Ouve,
Assunta...
Ouvia-se um lado da prosa e o outro, a mente criava...
A imaginação viajava e a fofoca se espalhava...
E os "trotes", então?
Gostávamos fichas e mais fichas (depois, os créditos no cartão, que, depois de "zerados", viravam itens de coleção) para pregar peças e nos divertir com o desespero, do outro lado.
"Alô, por obséquio, a senhora trabalha com roupas?"
"Não, meu 'fio'... Sou dona de casa. 'Cê' deve de ter ligado errado!"
"Ah, entendi! Quer dizer que a senhora trabalha pelada?"
Marcávamos encontros aos quais nunca íamos... Vendíamos terrenos na Lua. Tudo por gozo, por zoação.
E as campainhas, então?
Apertar e sair correndo. Ouvir, já longe, e em segurança, os bravejos do incauto morador que saíra para atender a ninguém.
Não houvesse campainha, batíamos palmas.
Era divertido, mas não era correto.
Hoje, tenho essa dimensão e carrego certo remorso.
Coisas que a idade nos traz: nostalgia e arrependimentos.
São histórias, que nos sirvam de aprendizado e que sirvam às novas gerações.
O passado não se reescreve. Mas, é sempre possível nova leitura, reflexão profunda, evolução.
Hoje, bateu-me esta nostalgia... Faria diferente? Também não sei.
Sei do meu hoje. Sei do que me tornei, forjada no sofrimento, no sentimento, na inocência e na diversão, a partir das coisas simples, como tomar banho de chuva, na volta da escola, escorregar no barro das ruas de terra batida (em que nem se cogitava a possibilidade do asfalto).
Éramos felizes e sabíamos (só não sabíamos do vazio de um mundo cheio de coisas e possibilidades que viria depois)...
Vanda Felix