A luta do dia,
Do mundo real
Se estende para além dos meus sonhos,
Me desperta do sono,
Traz à tona lembranças
(Penosas, pesadas)
De um universo alternativo,
Em que o sofrimento é superlativo
E a angústia me sufoca...
Uma gota de lágrima me afoga
E a dor explode no peito,
Rompe a passagem da garganta
Mas represa minha voz.
O grito fica preso,
A dor é apenas mais um peso
Que tenho que suportar.
Estou presa nesse universo,
Medonho, sombrio e frio,
Sem saída
E sem socorro
Que me chegue em hábil tempo,
(Antes disso, eu morro)
De medo e desespero,
Com sensação de impotência
Diante do inimigo impalpável,
Mas, concreto
E tão real
Que habita dentro de mim...
A luta do dia,
(E todo dia é de luta)
Contra o tempo,
Contra tudo,
Contra mim mesma.
São as sombras da noite,
Sobras de memórias remotas,
Sob uma lente distorcida,
Fragmentos de uma vida,
Retalhos mal-costurados
De mal-vivida existência.
Vanda Felix