quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

Tanto tempo... tanto faz!

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Faz tempo que não te vejo,
que minha mente viaja...
Imagino como estejas hoje.
Barbudo? Grisalho, já?
Talvez tua tez 
mais queimada pelo sol...
Mas, tuas mãos, ah, tuas mãos!
Sei que continuam macias.
Teus toques, ainda suaves...
Lembro teus dedos longos,
e quase morro de saudades!
Sabiam como percorrer-me,
explorando-me com suavidade...
Doces lembranças,
lembranças doloridas,
fazem-me chorar,
fazem-me sorrir...
Lembrar é a forma que encontro
para poder te sentir
(por perto, por dentro...).
Teu lugar está preservado,
está reservado,
aqui, do meu lado!
Tanto faz o passar do tempo,
tua morada é aqui dentro!
Vanda Felix


terça-feira, 20 de dezembro de 2016

Abstração


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Abstraio,
me distraio,
mas não traio
meus desejos
de sentir nos lábios meus
o gosto doce dos teus beijos.

Nas asas do gigante de aço
pouso meu  pensamento
que vai longe, muito longe...

Corta nuvens,
rasga os céus,
atravessa os oceanos.

Tira-me daqui, por instantes,
num lapso de segundo, apenas.
Logo devolve-me à razão,
mas essa abstração
vale a pena.

E nessa fração temporal
voo para perto de ti
e conchego-me nos braços teus
(mesmo que brevemente)
e esqueço-me do teu adeus.
Vanda Felix




domingo, 18 de dezembro de 2016

Chuva


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O temporal chegou.
Desfaz-se em lágrimas
o céu de chumbo.

A natureza chora, copiosa.
Chora por mim.
Chora por ti...
Lamenta nossa incompletude.
Vanda Felix

sexta-feira, 9 de dezembro de 2016

Faxina


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Com a voz embargada
e o peito apertado
desfaço-me de suas lembranças:
rasgo fotos,
queimo cartas,
deleto mensagens,
engulo saudades...
Mas falta-me apertar o botão
em que eu desligue a memória...
Vanda Felix


segunda-feira, 28 de novembro de 2016

Objetividade





O que tenho a dizer
eu digo,
nem sempre verbalmente,
mas deixo explícito
nos gestos,
olhares,
entrelinhas.
Não me perco em ladainhas,
minha objetividade é sutil,
cautelosa, 
mas clara!
Leia-me a alma
através dos olhos,
decifra-me através dos atos,
pois já encontro-me entregue,
conquistada por suas palavras.
Vanda Felix

domingo, 27 de novembro de 2016

Carência



Mais que sobreviver,
preciso existir
(coisas bem diferentes)...
Preciso voltar a sorrir,
sentir seu corpo quente
a pesar sobre mim.
Ouvir o pulsar descompassado
de seu coração acelerado,
sorver seus lábios úmidos
(ávidos lábios insaciáveis)
que
não se contentam com a boca
e buscam recôncavos ocultos.
Devoram-me toda, em instantes,
fazendo-me, de novo, amante
amada e querida,
mais que viva,
renascida!
Vanda Felix

sábado, 26 de novembro de 2016

Didaticamente




Didaticamente, 
dou a letra
(desenhada no ar...),
insinuo,
recito,
soletro,
dramatizo, se preciso.
Faço mímicas,
exagero nos gestos.
Atitudes vãs...
De nada adianta
compor epopeias
para quem não tem o hábito
de ler...
Vanda Felix



Retomada

 Há tempos não percorria estas páginas... deu até saudade, agora! É que a vida anda tão atribulada, tão conturbada, que meus hábitos mais re...